domingo, 13 de novembro de 2011

Vamos falar mais baixo

Eu ainda tinha esperanças de que era diferente. De que não ia ser dessa forma ou, que, apenas ia ser mais sutil. Mas não foi, foi e é intenso e doloroso. Me dói não ver o que eu já vi, me dói ter perdido a sinceridade. Me dói não saber mais onde tudo foi parar ou quando é que vai parar. Talvez seja minha culpa, talvez eu tenha feito errado. Ou talvez não. Talvez tenha que ser assim mesmo. Fato é que não está bom, não é mais igual.
Lembro com perfeição da expectativa, da ansiedade, do frio na barriga. Eles ainda existem, mas com menos intensidade.
E agora eu não sei mais o que fazer. De verdade. Apostei todas as fichas e não foi o suficiente. Eu tenho os meus limites também, mas fui capaz de vencê-los, fui bem além deles e ainda assim não resolveu? Jura? Pois sinto muito, não vou carregar nada sozinha. Não sou pagadora de promessas para aguentar essa cruz enorme em minhas costas. Me dói, me cansa. E sabe o que é pior? É que no fim das contas nem tem valido tanto a pena assim. É, é isso aí. Não está valendo a pena.
Sabe por quê? Porque sempre acabo me frustrando. Sempre minhas expectativas não são correspondidas. Será que isso também é recíproco? Não sei. Porque sempre há o silêncio.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Do que passou

– "E são as suas lembranças que me acolhem, que me aquecem nessa saudade sem fim. Você volta? Volte, eu continuo por aqui, no mesmo lugar, à sua espera para um café. Que saudade, hein? Quantas dúvidas, quantas confusões, indecisões. Você aí, abrindo um novo mundo. Será que vai sobrar um espaço para mim? Ou será que eu também sou parte importante disso tudo? Eu não sei. E não posso te perguntar, ainda que só você possa me responder."

Parte do que eu senti enquanto tudo era distância.


domingo, 18 de setembro de 2011

De volta

Já estava na hora de dar as caras novamente por aqui. É que a vida anda corrida demais e os pensamentos também andam ligeiros demais, aí nem dá tempo de colocar no papel tudo que se passa na cabeça. Voltei trazendo uma semi-novidade: a música de Marisa Monte, lançada na última quarta-feira. Há tempos que ela não divulgava novas composições, mas acho que valeu a pena esperar.
Apesar da música não trazer nenhuma novidade no campo amoroso (é composta por frases que parecem conhecidas), é boa de se ouvir. Vale ressaltar o ritmo da música. É uma mistura interessante, e lá, bem lá atrás, parece um arrocha. Tá, não é bem um arrocha, mas traz aquele princípio de seresta, sabe?

Ouça aí:

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

desapego

O texto abaixo são memórias fictícias ou não de algo que, por muito tempo, ficou preso em algum lugar do meu subconsciente e que só agora, em um momento pleno de paz interior e exterior, conseguiu ser libertado de mim...

"E então você faz com que eu veja seus rastros, suas palavras, seus desabafos. Você consegue o que quer. Sempre. Sabe me desnortear, me confundir. Ir e me levar ao mesmo tempo em que me deixa. Acontece que agora não adianta mais. É tarde e mais uma vez você não soube aproveitar a oportunidade. Tenho mais certeza de que você não sabe amar. Ou é apenas medo? É, medo de ser dominado pelo sentimento!
Infelizmente eu não posso mais te ajudar, não tenho como te ensinar. Cansei de ser sua cobaia, seu saco de pancadas, sua válvula de escape. E isso tudo porque agora eu sou inteiro e você é apenas uma metade esquecida na gaveta do quarto. Nessa gaveta também estão as alegrias e sofrimentos que você causou. Vá, olhe para frente como você sempre fez. A diferença é que agora eu desaprendi a olhar para trás e você não vai mais me encontrar esperando por você."


quinta-feira, 21 de julho de 2011

e já foi.

Impressiona-me a velocidade do mundo. A rapidez que move as coisas, os sentimentos. O calor que transforma a água em vapor em segundos. A decepção que transforma o amor em dor em três segundos. Talvez o tempo seja a coisa que mais assusta o ser humano, porque não dá para revertê-lo. Não dá para voltar atrás, desfazer as horas, os dias. Cada segundo é transformador, já foi, já passou e isso incomoda. Não poder ter o controle, não poder comandar o tempo. A gente pode se aliar a ele, fazer um planejamento e conseguir aproveitá-lo de uma maneira agradável, mas controlar, não.  

sábado, 16 de julho de 2011

Sentir é fácil, difícil é dizer.

Falar sobre sentimentos não é fácil. Nunca foi e nunca será. Não há descrição que traduza perfeitamente o que se sente. É incrível como isso não está ao nosso alcance, mas ainda assim é, por muitas vezes surpreendente saber que existe alguém que consegue compreender exatamente o que você está dizendo. É a tão sonhada reciprocidade do sentimento. Mas ainda como é difícil explicar o que a gente sente. Mais complicado ainda é acreditr e conseguir perceber que está compreendido totalmente, entende?

quinta-feira, 7 de julho de 2011

silêncio

– Uma das coisas que me entristecem na vida: minha extrema timidez que me impede de interagir com as pessoas... Oh céus! Oh vida! E ouvir sem falar, com vontade de dizer, de opinar e sem conseguir se expressar... Por que isso ainda não consegui superar? Que tudo se transforme e já!
E às vezes sinto que é melhor se passar pelo que não sou, do que me mostrar... Oh vida triste! Há 20 minutos estou em um sofrimento inexplicável por causa disso... E a vontade de desaparecer, somado ao constrangimento imenso de ficar muda o tempo inteiro? E por que me esconder tanto, a ponto de querer sumir muito?

sábado, 2 de julho de 2011

Aprendizado

Você se preocupa em achar a perfeição, em fazer tudo muito bem, em acertar mesmo. E não só no trabalho, mas agradar às pessoas que você acha que merece a sua atenção e o seu carinho. Aí, você acaba esquecendo de si mesmo. Aí vem o inesperado e puxa seu tapete. Você não entende. Você se revolta. Você se pergunta o por quê dessa injustiça enorme, que lhe tira radicalmente de sua rotina, de seus afazeres, dos prazeres que você mais gosta. Então, como não há nada de instantâneo que você possa fazer para mudar de situação, você se conforma e começa a pensar. Afinal, não há nada mais para fazer em um hospital. Ou você se entrega ao seu estado ou começa a refletir sobre o que você faz. Sobre o que você é e quais as suas prioridades.
Isso tudo é muito clichê, mas é também muito importante. E de repente você se dá conta de que há muito tempo você não dá uma risada de verdade, daquelas que lava a sua alma. E que você perdeu entusiasmo por uma das coisas que você mais gosta de fazer, como comer, por exemplo. E não ouve mais as músicas românticas que você ouvia antes. E que você não escreve mais para desabafar, porque nem mais tempo para perceber que está sufocada. Aí você percebe também que há tempos não percebia como era bom ver o céu mudar de cor e como é bom poder caminhar sozinho. E então você se pergunta como você conseguiu se transformar tanto e perder as coisas boas da vida e não encontra resposta. Foi aí que eu percebi que a essência do meu ser precisava ser encontrada dentro de mim mesma, e que lá no fundo, bem lá no fundo, eu me escondi de mim mesma para agradar um "eu ideal" que nunca vai existir se eu deixar de ser quem eu realmente fui.

Obs.: o som do vídeo está baixo, vale a pena aumentar e prestar atenção na letra da música ;)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Vazio

Acho que perdi todas as minhas palavras ou, no mínimo, perdi o modo de escrevê-las... A verdade é que me perdi em sentimentos e esqueci como me descrever. Como dizer tudo o que eu sinto ou tudo que sou. Fiz até alguns rabiscos durante devaneios de dor, mas nada que consiga dizer realmente o que está acontecendo agora. Podem ser os olhos alheios que me impedem de escrever. Não aqueles que vão me ler, mas aqueles que gostariam de ter a mesma coragem de jogar tudo para fora. O pior disso tudo é ver que os espaços vão ficando em branco, com registros apenas na memória. E eu, que sempre escrevi para não esquecer de nada, vou apagando tudo. Ou melhor, não vou registrando nada e tudo fica para trás, em imagens esquecidas.
Pode ser essa minha objetividade, que me roubou de mim mesma. De meus pensamentos, de minhas dúvidas pessoais, de minhas vontades incessantes em derramar tudo em palavras, ainda que ninguém as leia. Passei a escrever tanto para os outros que esqueci de escrever para mim.


sexta-feira, 10 de junho de 2011

Muito

Só para registrar o dia de hoje. O vídeo fez o maior sucesso essa semana e hoje é o dia ideal para postá-lo aqui, ?

domingo, 22 de maio de 2011

meu déjà vu diário

– saudades do frio na barriga / saudades da preocupação antes de dormir / saudades do estresse em cumprir deadlines apertados / saudades de disputar um computador / saudades de ir atrás da notícia / saudades de me irritar por não conseguir ouvir minha fonte ao telefone por culpa do barulho ao meu redor / saudades de ver a agitação de pessoas sentindo a notícia vindo de todas as direções / saudades do futuro que eu sonhei.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Feliz sem saber...

Acredito mesmo que eu seja uma pessoa um tanto quanto indecisa e confusa. Não é a falta de certeza ou de vontade que me faz demorar em admitir o óbvio. Por mais que esteja bem claro para o mundo todo e para mim também, sempre há uma demora. É natural, faz parte de mim. É uma espécie de resistência. Um receio para ser feliz. E mesmo quando já aconteceu a entrega, a confissão do sentimento, fica uma ponta de receio, de dúvida. Talvez seja o medo de ser feliz mesmo ou medo de perder a felicidade que está próxima de se concretizar.
Sei que isso é muito complicado de controlar e ao perder o domínio disso tudo realmente pode se perder, pode ser desperdiçado. O jeito é tentar contornar a situação e manter o equilíbrio entre o sentimento e o receio. Tá, eu já sinto reflexos desse controle. Ou acho que tudo se inverteu mesmo, e o sentimento me dominou. Olha a cara de besta...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Certeza

– "Cheguei a tempo de te ver acordar
Eu vim correndo à frente do sol
Abri a porta e antes de entrar
Revi a vida inteira
Pensei em tudo que é possível falar
Que sirva apenas para nós dois
Sinais de bem, desejos vitais
Pequenos fragmentos de luz
Falar da cor dos temporais
Do céu azul, das flores de abril
Pensar além do bem e do mal
Lembrar de coisas que ninguém viu
O mundo lá sempre a rodar
E em cima dele tudo vale
Quem sabe isso quer dizer amor,
Estrada de fazer o sonho acontecer
Pensei no tempo e era tempo demais
Você olhou sorrindo pra mim
Me acenou um beijo de paz
Virou minha cabeça
Eu simplesmente não consigo parar
Lá fora o dia já clareou
Mas se você quiser transformar
O ribeirão em braço de mar
Você vai ter que encontrar
Aonde nasce a fonte do ser
E perceber meu coração
Bater mais forte só por você
O mundo lá sempre a rodar,
E em cima dele tudo vale
Quem sabe isso quer dizer amor,
Estrada de fazer o sonho acontecer"

domingo, 24 de abril de 2011

Lembrança

– "No compartilhamento das lembranças produz-se uma evolução. Alguns fatos são dolorosos demais para ser contados: revelando-os, nós os revivemos de novo. Temos então a esperança de que, com o passar do  tempo, a dor desaparecerá, e que em seguida será possível partilhar com outros aquilo que vivemos e nos aliviarmos do peso de nosso próprio silêncio. Mas, volta e meia, quando não há mais sofrimento na lembrança, é por respeito a si mesmo que a gente se cala. Já não sentimos a necessidade de desabafar, e sim a de não arrasar o outro com as lembranças de nossas próprias desgraças. Contar certas coisas é permitir-lhes ficar vivas no espírito dos outros, quando o que afinal nos parece mais conveniente é deixá-las morrer dentro de nós." (Não há silêncio que não termine - Ingrid Betancourt)

*A música combina muito com tudo que é descrito no livro. Vale a pena ler o trecho, ouvindo-a.  

sábado, 23 de abril de 2011

Solidão/solteirice

Ansiedade. Suar frio. Mãos tremendo, pernas bambas. E ainda dizem que paixão é coisa boa! Olha só o mal-estar que ela causa. Terrível. Deixando de fora a cara (e jeito também) de idiota que as pessoas ficam, né? Completamente vulneráveis a um sentimento indomável, capaz de promover mutações no ser humano. E é por isso que existem tantas pessoas sozinhas no mundo: medo de perder o controle. Mas ainda há quem se submeta, eu sou uma dessas pessoas (?).

*
Das vantagens de estar só (texto guardado no caderno há dois meses ou mais)

Eu bem sei o que é estar só. E não falo apenas do meu estado civil. Pois como dizem por aí há uma diferença grande entre estar solteira e estar sozinha. "Solteira sim, sozinha nunca", já bem diz um funk. Brincadeira! Mas, voltando, falo da minha solidão de momentos específicos como na hora do banho, na hora de dormir e etc. São nesses momentos preciosos que posso mergulhar com liberdade nos meus pensamentos. E eu adoro essa possibilidade de estar solta, sem ter que me preocupar com mais nada além de mim, mesmo que seja por alguns instantes.
É ótimo poder me perder em pensamentos, todas as minhas dúvidas ficam ainda maiores, é verdade, mas também é um momento importante para que eu me conheça mais. Ou não. Algumas vezes fica tudo tão diferente que eu me desconheço mesmo. E nem é paixão.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

n'África

Enfim decidi ir em frente com os meus projetos. Esse mês de abril tem ajudado bastante nisso. Estou tirando as coisas do papel. Sinto que a minha vontade de ir para a África está deixando de ser vontade a cada instante e está ficando mais real, mais próxima de se realizar. Isso me anima, me fortalece e me impulsiona a buscar mais coisas, a produzir mais, a futucar mais. Tenho descoberto alguns sites e pessoas interessantíssimas por causa desse TCC. Ou projeto de TCC.
Falando nele, montei um blog para contar um pouco da trajetória que eu e Carol construíremos até o trabalho ficar pronto. Acompanhem em: http://www.descobrindomeutcc.blogspot.com/ e, se der, dá uma clicadinha nos anúncios viu? rs

Ps.: a música é uma homenagem à Carol e Fernanda, que interpretam muito bem a música. hahahahaha


segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sagitário

Eu estou explodindo em emoções, em alegrias e preocupações. Tantos planos e ideias vindo ao mesmo tempo. E parece que comigo tudo só acontece assim: de vez. Aí vem vindo tudo, me invandindo, me tomando e eu me perco, me entrego e me saio, porque me perco. É loucura ser eu e mais louco ainda é quando eu tento não ser. Porque só sei ser eu, assim do jeito que sou. Cheia de coisas ao mesmo tempo, de ansiedade, de entusiasmo. De muita coisa mesmo. É isso, é coisa de signo.

domingo, 10 de abril de 2011

Filhos

Vira e mexe o assunto entra nas rodas de conversa feminina. Especialmente naquelas em que a maioria está solteira. Filhos: quando vamos tê-los? A dúvida fica ainda maior quando ouvimos certas "cobranças" familiares ou quando olhamos para as gerações anteriores e vemos que as mães e avós tiveram filhos quase na mesma idade que temos agora e no entanto, nem namorado a gente tem. Que horror não é? Pode ser, ou não. Usando o pensamento feminista e clichê da mulher moderna, a gente pode ter filhos a qualquer idade. Toda hora aparecem na mídia mulheres lindas acima dos 40 anos, tendo filhos.
Mas aí entra a questão: "eu não quero ser avó do meu filho". E até certo ponto existe uma lógica nisso, porque se criar filhos hoje em dia já é bastante complicado, imagine daqui a algum tempo e você ter uma experiência de vida completamente diferente da que ele vai ter? Os conflitos familiares com certeza serão ainda piores.
E para evitar que isso aconteça é preciso arranjar um pai para o filho, não é verdade? Não, um laboratório já consegue produzir espermatozóides. Mas, sinceramente, eu não acho nada romântico usar espermatozóides de laboratório para gerar um filho. Eu ainda acredito naquilo de fazer filhos por amor, com amor e todas as características do romantismo. E é aí que está a dificuldade: quando vou encontrar um pai para o meu filho? Quem será a pessoa certa? Como eu vou saber que é a pessoa certa? Quanto tempo vamos ficar juntos? Vamos casar? Quanto tempo iremos ficar casados até termos o primeiro filho? Vamos ter mais de um? Com que ele vai ser parecido? Eu vou ter tempo ($) de criar meus filhos?
São muitas incertezas sobre um assunto que não tem fórmula exata. O incrível é que qualquer mulher pode dizer que se acha muito jovem para engravidar, mas não pode ver um bebê que a vontade vem com força total, e as dúvidas aumentam ainda mais.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Amor

É uma coisa de pele. De cheiro. Sentir e deixar-se levar pela sensação. Conseguir ser tocado e transformado pelo momento a ponto de fazer uma boa tradução. É amor. É esperança de fazer ainda melhor. Se entregar. É se empenhar para conseguir o máximo, o ápice de tudo. Para mim, jornalismo é isso. Amor.

sábado, 19 de março de 2011

Reabilitação

Eis mais um clichê da minha vida: incrível como é preciso ir ao fundo do poço para se reerguer com força. Em alguns momentos me senti tão vazia de sentimentos, tão desacreditada  e até mesmo esquecida. Trocada talvez seja a melhor palavra para traduzir a sensação que passou por mim. Foi quando eu percebi que estava exatamente onde deveria estar. Ou, no mínimo, onde eu mesma havia me colocado.
Tantas dúvidas, tanta insegurança e ao mesmo tempo, tanta coragem para admitir que sentia tudo isso. Mas a busca infinita pelo melhor de mim não parou por nenhum instante. E ainda está sempre comigo. Foi ela que, contraditoriamente, levou-me ao que eu achava ser o ápice da tristeza, mas também foi ela mesma que me trouxe de volta e cá estou eu.

domingo, 13 de março de 2011

O ver

Tenho aprendido a cada dia que o desencontro é o melhor jeito de se encontrar. De se ver, de se sentir e de ter, por que não? Mas nada consegue superar a alegria do encontro. Das emoções, dos olhares, dos abraços. Ainda que a distância, a falta e a ausência possam, de certa maneira, aumentar os sentimentos, não há como definir a sensação do reencontro.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Pensamento

E é uma saudade estranha. Não é um sentimento de posse. É, apenas, a necessidade de ter notícias, algum tipo de informação. Um desejo de sentir e não de ter a presença. Não precisa ser constante, não precisa ser eterna, é necessário que aconteça. Apenas isso.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Amigo: meu bom e velho desconhecido

- Uma das piores coisas que pode acontecer na vida de alguém é perder um amigo. E a pior delas não é a partida, quando se vai para longe ou se morre. O pior é perder estando perto. Enquanto ele está ao seu lado, a poucos centímetros, mas parece estar em outro continente. E às vezes estar em outro continente não é empecilho para continuar uma amizade.
Perder um amigo que está ao seu lado é como olhar e não ver. Como perder a essência de um  dos sentidos do corpo. A perda muitas vezes é motivada pelo desgaste da relação, por pequenas brigas ou divergências de ideias. O distanciamento vai acontecendo naturalmente, pouco a pouco, sem nos darmos conta e de repente, BUM! Tudo mudou.
Basta ficarem cinco minutos sozinhos, e os assuntos se esvaem. O silêncio duro e pesado predomina no ambiente. Cada gesto e comentário que em outros tempos seriam motivos para boas risadas juntos, tornam-se constrangedores. Não digo nem que seja algo como avisar que há um pedacinho de alface preso no dente, só pedir licença para ir ao banheiro é o suficiente para deixar o outro sem graça, e pensando que ele não o quer naquele ambiente, naquela mesa. 
Já não existem segredos entre os dois porque também não existem mais confissões. Só desabafos nos piores momentos, quando não dá mais para segurar, mas, ainda assim, sempre com aquela sensação de que não está sendo ouvido. Basta ver a cara de paisagem do amigo ouvinte.
 As afinidades continuam. As mesmas músicas, os mesmos filmes, e elas até se tornam surpreendentes em alguns momentos, por terem resistido ao distanciamento. ("Você também gosta? Sério? Não acredito!") O jeito de se entender, de se olhar, de se tocar, é tudo diferente. O que restou de semelhante foi a esperança de que um dia os ventos bons voltem a guiar essa amizade. Ou não, talvez nem isso seja igual.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

De dentro

Tímida. Mas de sorriso largo e olhos atentos. Os traços fortes e delicados definem sua indefinição natural. Não há como estereotipá-la conhecendo os seus pensamentos. Por fora, o rosto de uma moça querendo virar mulher, de possível jeito esnobe. Quem conhece sabe do tremendo engano que é acreditar no que é o seu fenótipo. Não é isso, ou aquilo. É cara de menina mesmo, jeito de menina também, mas às vezes se enfurece por ser essa uma verdade tão forte. Não porque não queria ser mais menina, até sente saudades da infância, mas por acreditar veementemente que isso a faz menor.
Dos livros, queria ser a borralheira, só por entender que a personagem era independente e podia se manter só. das músicas, acredita sempre que é a última romântica do mundo. Talvez seja, talvez não. Dos poemas, é aquele que ama, mas se faz de forte. Do paradoxo, é a que incentiva o sucesso alheio, mas tem pouca auto confiança. Dos outros, é a prestativa, gente boa e tal. De si, não sabe o que é. Não sabe mesmo e não afirmo isso por acreditar que é um certo charme para entreter os outros, é por saber mesmo que é verdade. Afinal, quem é que não sabe de si?

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Meu espelho

- A música é simplesmente a tradução do meu momento:
"Tudo o que eu sonhei
Está na minha frente
Tudo caminhando num processo longo de ser gente
Está em nossas mãos
É a nossa vida
Cada escolha sempre determina
O que vem em seguida
E do outro lado dessa linha
Aonde está você?
Que é pra onde eu miro
Que é quem pode me ler
Mas se por acaso falhar esta ligação
A minha casa do chão"

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Da vida

- A semana trouxe muitos aprendizados, novas experiências. Aprendi muito e vejo que sigo no caminho certo. Fiz boas escolhas e estou aprendendo a lapidar meu diamante bruto. Na verdade ainda estou em dúvida se sou o próprio diamante, mas estou aprendendo. Caminhando, vendo, sentindo, absorvendo. É bom se sentir em paz. Estou em paz.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A Lua ainda estava no céu

Quando acordei a Lua ainda estava no céu. Azul celeste, imaturo, início de dia. Eu estava nascendo também, para um novo dia, uma nova missão a cumprir. Fomos amadurecendo juntos, as nuvens apareceram, sumiram, e ele reinou majestoso. O Sol. Lindo, brilhante, energizante, me animou, despertou meu ser para aproveitar o que viria de bom. Fomos juntos mais uma vez. A cada raio que eu sentia queimar a minha pele branca, um novo sorriso brotava espontâneo. Assim, no automático, como apertar um interruptor e acender uma luz. Minha luz, meu guia.
Me enjaulei, me escondi. As janelas não deixavam mais os raios penetrarem em minha pele, me fazendo sorri. Perdi meus sorrisos, minha graça. O dia continuou amadurecendo, ficando mais intenso, o céu então clareou, e escureceu. Ficou forte, esplêndido. Eu não vi e me perdi. O cheiro e o barulho da chuva chegaram trazendo a melancolia e nem a luz da Lua eu vi. São as noites que me deixam assim, com ares de tristeza. A Lua ainda estava no céu e eu dormi.



quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Ladeira abaixo

Em seu discurso de posse, a presidente Dilma Rousseff afirmou que prefere "uma imprensa barulhenta ao silêncio das ditaduras". Pois bem, eis que a Bahia, gerida pelo governador-irmão do ex-presidente Lula, e que tem cinco baianos nos ministérios, parece não estar disposta a seguir essa recomendação. Traduzindo: nas duas últimas semanas, como já foi noticiado por aí, a imprensa não tem mais acesso direto e imediato aos dados sobre a violência no estado. Antes, era bem simples, só ligar para a Central de Telecomunicações das Polícias Civil e Militar (Centel) e solicitar as ocorrências para um dos atendentes. Em duas semanas tudo mudou. Primeiro, as informações deveriam ser passadas pela assessoria de comunicação da Centel. Depois, pela assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Agora, os dados se transformaram em um "boletim" no site da  SSP.
Na minha humilde opinião, acho ótimo que os órgãos públicos utilizem tecnologias ao seu favor, só que no tal boletim não estão todas as informações, detalhes, como as que podíamos pedir aos atendentes, mesmo que nos tratassem com mau humor, ou com falta de atenção. 
Engana-se quem pensa que essa censura às informações começou agora. Há tempos, as ocorrências estão sendo divulgadas com restrições. Na minha época de fazer ronda, lembro das poucas vezes que conseguia alguma informação. Muitas, só eram divulgadas no dia seguinte, o que transformava meu trabalho em algo descartável e desatualizado, o que não combina com o perfil de minha profissão, não é?
 Eu realmente não consigo acreditar que o motivo dessa suspensão de informações foi a veiculação de que em um fim de semana houve 30 homicídios. Os números sobre a violência no estado vêm sendo divulgados há meses, e os índices vêm só aumentando. Por que então, não assumir que isso é verdade? Por que acreditar que impedir a SSP de divulgar as informações vai ajudar em alguma coisa?
Vamos colocar na mesa as cartas desse jogo. Não é culpa da SSP os números estarem crescendo. Não é culpa só da polícia militar. Não é culpa só da desigualdade social. Não é culpa só da educação de má qualidade. A culpa não é só do governo atual. Não é culpa só da "herança maldita". São todos esses fatores juntos. Então, vamos amadurecer um pouco, Bahia? Vamos deixar de ser essa província que prefere esconder números embaixo do tapete e vender apenas a imagem de alegria aos turistas?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

De volta

Parece que enfim as coisas estão voltando para os seus devidos lugares. Depois de arrumar a biblioteca do meu cérebro, estou querendo organizar as estantes do meu coração e ficar em paz. Resolvi ser otimista. Mas tenho saudade de mim. Não do que fui, nem do que vivi, mas do que eu acreditava. Saudade dos sonhos, da esperança, dos planos.
E, por mais estranho que pareça, tenho saudades do futuro. Do destino que eu imaginei, eu criei e desenhei no meu caderno. Enfim, saudades da meninice, que está de férias por uns dias. Mas ela volta, ela volta. Volta nas minhas vontades de tomar sorvete, nas minhas risadas. Nos meus olhos. Acho que ela está nos meus olhos.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

rá! as 5

Parafraseando diversos blogueiros por aí, incluindo minhas queridas Carol e Jú, resolvi fazer um top 5. Vale ressaltar que a qualidade da minha seleção não é a mesma que a delas, e também está misturadinha! Vou aproveitar a minha felicidade matinal de hoje para deixar aqui as cinco músicas que animaram a minha manhã, logo quando acordei e liguei o rádio:

5° - Santeria: música veelha, mas que traz boas recordações...



4º - Natiruts Reggae Power: esses dias eu já estava na vibe do reggae, só veio para coroar a minha manhã!



3° - Uma brasileira: nossa, sem comentários essa música, super velha!



2° - Na base do beijo: puro carnaval, astral, hul!



1° - A letra A: tudo bem que Nando Reis não é a animação em pessoa, nem essa música é, mas me deu uma paz tão grande, que levantou o meu astral.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Me esqueci por aí

Será possível não sentir? Me sinto assim, insensível, ou estranhamente acostumada com meu cotidiano que não estou sentindo mais sensações avassaladoras que me preenchem por completo. Mas não estou vazia por inteiro, o copo está meio cheio, esvaziou um pouco e parou de transbordar felicidade. Agora, ela fica aqui, tímida brincando com o meu coração. Entre sentimentos e confusões vou vivendo, me encontrando e me perdendo. Vou me enchendo de saudades.
Vou caminhando, me fazendo, me desfazendo. Me amando, me odiando, me querendo e te afastando. Me vendo, me enxergando como talvez você me veja, mas que talvez eu não seja. Vou sendo meu Sol, minha chuva, minha Lua, minhas estrelas. Minha luz, minha bússola. Parei de seguir focos de luz que logo se apagavam e me deixavam no escuro. Me acredito mais. Me espero mais, me deixo ser mais. Vou te levando, me encantando, me enganando, me iludindo.
Será que ainda serei quando eu for? Ou será que já não sou? Eu não sei. Eu vou indo, me entregando, me deixando ser. Eu vou sendo pequena e grande, vou sendo como dá pra ser. Como quero e como não quero também. Me sentindo viva, pulsante, atuante. Sei que estou, mesmo que onde seja um incógnita, estou. Firme, menos forte, menos frágil, mais tranquila. Olho nos olhos com menos timidez, com mais coragem. 
Vou repetindo minhas frases de auto ajuda para me ajudar também, para viver e encarar. Vou escondendo esse meu ser menos entregue. Vou vivendo em meus sonhos e ainda na realidade do mundo.

domingo, 2 de janeiro de 2011

É senhora

- Há quem beba, há quem coma chocolate, há quem componha uma música. Eu, quando sofro ou estou triste, escrevo. Desde cedo, como um pressentimento, ela se manifestava na minha falta de animação com meu dia normal. Melhorei, com algumas doses de estímulo... De tarde, ela voltou, soberana, querendo dominar meu coração. Senhora do meu dia, a tristeza veio e ainda está. 
Permanece, vai me consumindo, me dominando, ainda que eu lute, ainda que eu resista, ainda que eu não queira. Então, por mais que eu tenha alegria em meu coração e pensamentos positivos, ela me vence em algumas batalhas. Aí, me entrego às fraquezas de ser humana e me entrego. Hoje, eu perdi uma batalha. A senhora, com sua sabedoria secular me ganhou.