sábado, 30 de outubro de 2010

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Um ano se passou

- Deus,
Hoje começa uma jornada difícil para mim. Faz um ano que começaram os 15 piores dias que eu já vivi. Como se fosse ontem, lembro de tudo com tanta perfeição, que a dor ainda é a mesma. Durante esse período, nesses 365 dias aprendi a conviver com a saudade. É difícil e doloroso, e acho que só consegui essa proeza por fugir de umas das principais lembranças: a sua casa.
Mais que uma residência simples, aquele lugar é a representação concreta de grande parte de minha vida. Da minha infância, adolescência e o pouco do início da minha nova vida. A máxima de que a gente só dá valor quando perde é bem verdade, mas acredito que não se aplique totalmente à minha situação. Eu sempre adorei e valorei cada segundo que vivi ao lado dela e naquela casa. Apenas depois que cresci e minha rotina se modificou totalmente, é que fui deixando esse passado/presente para trás. Mesmo assim, me crucifico todos os dias pelas tardes que não dediquei à sua presença, em que não retribui igualmente o seu amor.
Eu passei a não lamentar pela morte em si, cerca de um mês depois. O que lamentei a partir daí foi a sua ausência, a saudade imensa que me consome sem piedade, sem pudor. Ela aparece devagarzinho, sutilmente e de repente, já estou tomada de lembranças de pequenos momentos mesmo. Lembro de suas mãos enrugadas, de seu sorriso sincero, da sua força, da sua comida, do seu cuidado com todo mundo. "Quando chegar, ligue, viu?". Quase nunca a gente lembrava de ligar.
Então, Deus, com tantas lembranças assim durante esses 15 dias, será que o senhor poderia me dar um pouco mais de força para eu não desmoronar? Será que poderia me dar um pouco mais de fé para que eu acredite que tudo isso vai passar? Será que um dia a dor vai conseguir se esconder dentro do meu coração? Será que ela vai me deixar em paz?
Paz. Como será que ela está? Será que tão bem como quando aparece nos meus sonhos? Eu lembro do seu último sorriso, assistindo futebol na televisão. Deus, garanta que ela esteja sorrindo assim agora.

domingo, 24 de outubro de 2010

Meu tipo

- Sou do tipo que sorri. Mas só sorriso sincero, quando dá vontade e não para parecer simpática. Do tipo que adora comer. Mas só comida caseira boa e que fica enjoada só de sentir o cheiro de restaurante. Do tipo que enlouquece quando vê uma borboleta e vai atrás independente de onde seja. 
Do tipo romântica. Mas que não espera por um príncipe e nem se ilude rápido. Do tipo que chora e sem medo. Do tipo que grita. Mas apenas quando me tiram do sério. Do tipo que sente enjôos repentinos, mesmo sem a gravidez. Do tipo que sente vontade de comer um hamburguer em um domingo e não vai comprar. Do tipo que não é metida. Mas se passa por uma facilmente. 
Do tipo que odeia mentira, mesmo quando a verdade é ainda pior. Do tipo que não gosta de sofrer. Mas está disposta a sentir o que for preciso para ser feliz. Do tipo que não mede esforços para ajudar. Mas que também não é  a Madre Tereza de Calcutá. Do tipo que escreve. Mas é só um jeito de colocar os sentimentos para fora e não para chamar atenção. Esse é meu tipo. 

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Reencontro

- Porque é sempre do mesmo jeito. As coisas acontecem da mesma maneira e eu sempre ajo igual também. Cansada de correr na direção contrária, vou desistindo no caminho e tropeçando em algumas pedras que insistem em me importunar. A vontade agora é de sair correndo, em busca do nada, do ninguém. Já estou correndo e não consigo parar. Do meu lado passam algumas árvores, que agora são apenas vultos verdes. No meu pensamento, coisas como: "eu não sei viver só", "eu não vou deixar isso acontecer de novo" e "vou deixar de ser desse jeito".
Agora, nada mais importa, só consigo sentir o vento jogando o meu cabelo para trás. Ainda tenho uma angústia no meu peito. A memória cruel me faz lembrar do sofrimento de 1 ano atrás e aquelas imagens não conseguem sair da minha cabeça. Lágrimas, tristeza e impotência. Eu estava só. Triste e só. Medo. Medo. Medo. As imagens agora passam ro-dan-do, como em uma ci-ran-da. E todas as pessoas são iguais. Todas têm meu rosto, meus sentimentos, minhas sensações. Eu ainda estou correndo e agora, um pouco tonta com tanta gente ro-dan-do, tantos pensamentos desencontrados. É impossível não chorar. Estou chorando. Não quero mais. Me liberte. Me leve para longe. Não me deixe mais só. Eu não quero ficar sozinha de novo. Agora eu estou só. Parei de rodar e estou só. Estou tonta, o mundo está girando. Acho que vou cair. Estou em um abismo e eu não sei parar de cair. O chão não chega nunca. O vento é brutal e me sacode forte. Eu quero voltar. Quero subir. Quero ir para casa.
Estou vendo você. Segura a minha mão? Você passou direto. Está escuro, mas há um brilho que me cega. "Hoje, no universo, nada que brilha cega mais que o seu nome". Eu não consigo mais enxergar, mas eu ainda vejo você. Você está de branco, linda como sempre. Ainda tem o cheiro de vó. Você está me vendo e eu não consigo parar de chorar. Eu estou voltando. Estou subindo e suas mãos agora me carregam, me ajudam a levantar. Minhas lágrimas viraram chuva. Algumas flores estão nascendo. É primavera. Voltamos ao jardim. Eu estou correndo novamente e não quero soltar a sua mão. Eu não quero te perder de novo. Eu sinto tanto a sua falta.
O mundo mudou desde que você se foi. Parece que tudo está errado, as coisas se inverteram, não sei. Eu nem sei mais quem eu sou, não sei mais me ver no espelho. Eu não sei me ver. Não solte a minha mão. Eu não consigo correr tão rápido assim. Você está indo embora de novo. O Sol está indo embora também. Eu caí no chão, o mundo voltou a rodar. Está chovendo ou sou eu que estou chorando? Não me deixe.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Um porto

- Agora era apenas eu e mais ninguém. Sozinha e medrosa, tinha que ir em frente, mesmo que fosse no escuro, sem saber bem o que vinha pela frente. As dúvidas ainda explodiam no meu peito, mas precisava olhar o futuro, sem ter medo do passado. Sim, era preciso encarar os olhares mais curiosos, mais ansiosos por minha reação. Nada mais viram que um largo sorriso e olhos cansados. A tristeza e a decepção estavam bem guardadas. Escondidas dos olhos mais cruéis. 
Esperei por perguntas ou comentários maldosos. Nada veio. Não sei se por pena ou por falta de informação. Sei que não vieram. Eu tinha imagino muita coisa, só não esperava que não houvesse nada. Mas não houve. Dei graças e corri para o meu chão firme. O que me dá apoio em qualquer circunstância e que estava pronto para compartilhar o meu silêncio misturado com sorriso largo e olhos cansados. A sua grande sacada foi conseguir me mergulhar em sua vida amorosa engraçada como sempre.
Nada mais divertido do que ouvir o amor vindo de um homem. Às vezes nem corresponde ao amor exatamente. Pode ser gostar, atração, encantamento ou qualquer outra coisa parecida. Sei que ele me conta tudo e há uma grande reciprocidade nisso. Adoro a nossa relação, que vai além da amizade e espanta alguns. Pelo menos para mim é sempre engraçado quando alguém pergunta se a gente tem alguma coisa. "Você não está com ele?" "Não, de jeito nenhum". 
Ele é meu porto – gostaria que nesse momento você não começasse a se achar, o que é quase impossível –, sempre a disposição para que atraque. Seja com alegria, tristeza, estresse ou qualquer coisa que seja, ele está sempre lá. E eu também estou sempre lá para ele. Ou aqui. Tanto faz, onde estivermos, estamos juntos. Ele sabe disso, e eu nem preciso dizer nada, como tantas outras coisas ele sabe só de olhar. Uma das poucas que ele não sabe, é que todos os dias eu agradeço por tê-lo conhecido e por ser tão importante em minha vida (espero que haja reciprocidade viu? tô brincando!). Enfim, queria agradecer por esse dia, e por todos os outros também. Estou aqui e sei que você também está e estará. Vamos assim. Obrigada, meu amigo!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O mundo está ao contrário e ninguém reparou?

- Seria hipócrita de minha parte dizer que não estou me importando com o mundo ao redor, apenas pelo fato de  eu não ter uma voz muito ativa na sociedade (é um clichê, mas é verdade). Nos últimos dias, percebi que Nando Reis realmente é um ótimo compositor. Nada seria mais perfeita para descrever o que estamos vivendo agora no segundo turno das eleições, do que essas frases: O que está acontecendo? O mundo está ao contrário e ninguém reparou? 
Eu, sinceramente, achei que discutir aborto era apenas na escola, para escrever uma redação. Apenas para isso, e não para conquistar eleitores que se excluem em uma bolha "apolítica". Acho extremamente absurdo que candidatos se aproveitem do coração mole do povo para conseguir votos. Tudo bem, eles sempre fazem isso. Sempre ouvi dizer que política e religião não se discutem. Já estamos discutindo política, então, para cometer mais um erro, e misturar ambos? Trazer o aborto ao debate eleitoral é um golpe baixo, com os que são contra e com os que são a favor. É uma pena que eles não percebam isso. É um tiro no pé de cada um. Não interessa saber agora a opinião deles sobre esse tema. O que se quer saber é se os programas, como o Bolsa Família vão continuar e se Dilma vai conseguir continuar com a imagem de mãe do povo até o final da campanha. Ponto final.
Não se pode discutir questões pessoais assim. Ninguém pode decidir o que o outro quer fazer com seu corpo. Com legalização ou não, as pessoas vão continuar a abortar, a não usar preservativo, ou a ter filhos como coelhos. Aborto não é proposta de campanha, teoricamente não deveria ser levada em consideração a opinião de cada candidato. Mas deixa lá, eles não querem atirar em si próprios? Que atirem! Vamos ver quem sobrevive a guerra, e consegue levar a canoa do Brasil – que já está virando – para a frente.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Te amo

- "Mas o pior não é não conseguir
É desistir de tentar
Não acredite no que eles dizem
Perceba o medo de amar
Eu cresci ouvindo anedotas, clichês e chacotas.
Frustrações
Sobre amasiar, se casar.
Se entregar seria fraquejar

Te amo, te amo, te amo

E se o tempo levar você
E um dia eu te olhar e não te reconhecer
E se o romance se desconstruir
Perder o sentido
E eu me esquecer por ai
Mas nós somos um quadro de Klint 
“O Beijo” para sempre fagulhando em cores
Resistindo a tudo seremos
Dois velhos felizes
De mãos dadas numa tarde de sol
Pra sempre..."

Vanessa da Mata é perfeita! Música nova...

sábado, 2 de outubro de 2010

Pensamento

- Eu estava aqui no meio-ócio, e lembrei dessa música do nada. Achei que valeria a pena postar. ;)

"Desde que estamos aqui
Eu não quero saber
Quanto tempo se passou
Quem sou eu e onde estou

Será que fomos apressados
Ou foi o tempo que parou
Será que estamos parados
Congelados no espaço
Desde que estamos aqui
Eu não quero saber
Quem está por cima
Quem está por baixo...

[...]

Eu quero ver você
Ficar no meu lugar
Eu quero ser você
Ficar no seu lugar..."