quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

força?!

"- Eu vi um menino correndo
eu vi o tempo brincando ao redor
do caminho daquele menino,
eu pus os meus pés no riacho.
E acho que nunca os tirei.
O sol ainda brilha na estrada que eu nunca passei.
Eu vi a mulher preparando outra pessoa
O tempo parou pra eu olhar para aquela barriga.
A vida é amiga da arte
É a parte que o sol me ensinou.
O sol que atravessa essa estrada que nunca passou.
Por isso uma força me leva a cantar,
por isso essa força estranha no ar.
Por isso é que eu canto, não posso parar.
Por isso essa voz tamanha.

Eu vi muitos cabelos brancos na fonte do artista
o tempo não pára no entanto ele nunca envelhece.
Aquele que conhece o jogo, o jogo das coisas que são.
É o sol, é o tempo, é a estrada, é o pé e é o chão.
Eu vi muitos homens brigando. Ouvi seus gritos
Estive no fundo de cada vontade encoberta,
e a coisa mais certa de todas as coisas.
Não vale um caminho sob o sol.
E o sol sobre a estrada, é o sol sobre a estrada, é o sol.
Por isso uma força me leva a cantar,
por isso essa força estranha no ar.
Por isso é que eu canto, não posso parar.
Por isso essa voz tamanha..."

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Que saudades do cágado...



"...mas o meu silêncio foi maior
e na distância morro
todo dia sem você saber.
(...)
eu só queria lhe dizer que eu
tentei deixar de amar, não consegui
se alguma vez você pensar em mim
não se esqueça de lembrar,
que eu nunca te esqueci."






sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

XIX

- Meus olhos ainda estão inchados e eu estou ouvindo Bublé, o que não contribui muito e deixa que algumas lágrimas tímidas ainda caiam.
Todos que me conhecem há algum tempo, sabem que no período do meu aniversário, eu fico triste, sem vontade de fazer nada e esse ano, parece que Deus resolveu me presentear com alguns aprendizados que estão me deixando ainda pior (ô semana difícil!). Essa tristeza que me invade todos os anos, ao completar mais uma primavera, ou melhor dizendo, mais um verão (já que nasci nesse período de calor intenso), não tem a ver com o fato de estar ficando mais velha, não me incomodo com isso, até porque permaneço com cara de menina de 12, mas sim porque passo por um momento de reflexão e sempre sinto falta de alguma coisa que me preencha, me complete. Mais uma vez, tenho a sensação de vazio, e dessa vez, ainda pior.
Voltando ao aniversário em si, eu estava a refletir sobre essa história de comemorar mais um ano de vida, de dar presentes e etc. Maluquice que só! Você ser parabenizado por viver mais um ano? Quais os grandes méritos desse feito? Se bem que analisando o mundo que temos hoje para sobreviver, com tanta violência, precariedade na saúde, transformações climáticas (olha Copenhague gente!) e tudo mais, continuar vivo é realmente privilégio de "poucos", que somando ultrapassam os 6,8 bilhões de pessoas que habitam esse mundão de meu Deus!
Mas como esse hábito surgiu há muitos anos atrás, (muitos mesmo, antiguidade meu bem!) não consigo compreender onde foi que surgiu essa ideia, de louco, diga-se de passagem. Me ocorreu agora uma suposta motivação para o aniversário: alguém quando nasceu deve ter sido motivo de muita alegria aos seus familiares, e por ser muito bem quisto, a comemoração à sua existência estendeu-se no decorrer dos anos. A chegada de um bebê é sempre um motivo de alegria, uma esperança que surge daquele serzinho fofo, esse alguém, então deve ter sido super especial, e a partir daí, como já é costume:  nada se inventa, tudo se copia!
Aí uma coisa que eu queria fazer: me conhecer quando bebê, porque eu vivi esse momento, mas não lembro, é claro. E ver nas fotos não tem muita graça. Queria saber da minha personalidade, do que eu fui, porque o que eu sou, já estou cansada de saber... e lá vem os dezenove.



segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Resposta.

- Queria chorar, chorar, chorar
Para que o meu sofrimento caisse, gota por gota
Me esvaziando por dentro
Deixando o amor transbordar
Ainda quero chorar...


domingo, 29 de novembro de 2009

O que será do cágado?

- Sinto saudades. Parece que foi ontem e ao mesmo tempo, parece que já tem uma eternidade. No último mês, fui tomada por diversas sensações e sentimentos diferentes. Não sei descrevê-los. Sei que sinto saudades. Do que eu já fui, do que eu pensei que seria, dos momentos que vivi, e agora, principalmente, sinto falta dela, que voltou para casa, está com sua xará, Nossa Senhora.
Passado não se muda, isso é fato. Passado não se esquece, se camufla. Não tenho interesse em seguir nenhuma dessas opções, ao contrário, depois da perda, me apeguei tanto às lembranças que não consigo acreditar no que aconteceu.
Precisava escrever para ver se conseguia encarar de novo a realidade triste e inexplicável, mas ainda, realidade. Não consigo me prender aos seus últimos momentos, em que ao mesmo tempo teve todos ao seu lado, por vezes ficava na solidão, mesmo que ainda estivesse protegida por uma energia inimaginável que envolve esses momentos de passagem.
No rol das lembranças, um desfile de sentimentos, objetos pessoais, o seu amor e o seu carinho, e até mesmo nós, que temos um pedacinho dela  nos genes.
E a vontade de ficar com algo que foi seu não é a demonstração de algum tipo de sentimento ruim, interesseiro, é para simplesmente ter uma lembrança que se possa tocar, e senti-la mais perto de alguma forma...
A única lembrança viva que existe, além de nós, é o cágado. O que será dele daqui para frente? Quem vai cuidar dele? Cadê a coragem de fazer isso, e mantê-la tão próxima, tão viva, e tão distante assim? É uma missão quase impossível, é muita dor, preservar essa lembrança sem lembrar de todo o seu amor, seu cuidado, e não sentir vontade de chorar.
Sinto saudades. Até mesmo de suas palavras, de suas orações, de sua fé, rezando todos os dias por nós, lembrando sempre de agradecer por todas as graças alcançadas, ou até mesmo pelas coisas que não desejamos, mas por sempre acreditar que Deus escreve certo.
Queria apenas ouvir mais uma vez, sua voz dizendo "é Mandinha", quando eu perguntava quem estava ali na sua frente. Queria ficar eternamente segurando a sua mão, o tempo que fosse necessário para que não se sentisse sozinha e pudesse perceber que estou sempre ali, ao seu lado e que eu não deixaria que te fizessem mal algum.
Sinto saudades.

domingo, 1 de novembro de 2009

Onde Deus possa me ouvir...

"- Sabe o que eu queria agora, meu bem?

Sair, chegar lá fora e encontrar alguém
Que não me dissesse nada
Não me perguntasse nada também
Que me oferecesse um colo, um ombro
Onde eu desaguasse todo desengano
Mas a vida anda louca
As pessoas andam tristes
Meus amigos são amigos de ninguém

Sabe o que eu mais quero agora, meu amor?
Morar no interior do meu interior
Pra entender por que se agridem
Se empurram pr´um abismo
Se debatem, se combatem sem saber

Meu amor
Deixa eu chorar até cansar
Me leve pra qualquer lugar
Aonde Deus possa me ouvir
Minha dor
Eu não consigo compreender
Eu quero algo pra beber
Me deixe aqui, pode sair

Adeus."

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Esconderijo...

"- Procuro a Solidão
Como o ar procura o chão
Como a chuva só desmancha
pensamento sem razão

Procuro esconderijo
encontro um novo abrigo
como a arte do seu jeito
e tudo faz sentido

Calma pra contar nos dedos
beijo pra ficar aqui
teto para desabar
você para construir..."


domingo, 25 de outubro de 2009

Mudanças de estações...

- "Trago em mim as estações do ano: a beleza e o perfume das flores na primavera; a alegria, o calor e as chuvas do verão; a incerteza e as folhas mortas do outono; e os temporais e a frieza do inverno". Acordei pensando nisso. Não sei se já vi algo parecido ou se são novos devaneios de minha mente.

Não importa, passei a refletir sobre isso.

As minhas estações não seguem às mudanças no clima, elas simplesmente acontecem conforme o contexto que estou inserida, o que estou vivendo. Às vezes, elas se misturam, há uma homogeneidade e não sei ao certo qual resolveu se mostrar.
Já cheguei a pensar que cada fase da vida (infância, adolescência, vida "adulta" e velhice) tivesse apenas uma estação, mas percebi que não é assim que acontece (pelo menos não comigo!) e em cada dia uma nova "mudança de clima" acontece.
A mistura de estações é o que mais me intriga, apesar de algumas apresentarem características parecidas. No momento, ao contrário do que o clima me apresenta, não vivo a primavera, estou na transição entre o outono e o inverno. Em um daqueles momentos da vida em que a solidão está em evidência e mesmo que cercado de pessoas que lhe querem bem, que fazem de tudo por você, abrindo mão de si mesmas, não somos capazes de reconhecer tal esforço e se permitir voltar à primavera, se abrir para o mundo, dar a si mesmo uma nova oportunidade de ser feliz. Falta coragem de ser forte e seguir em frente, admitir as suas fraquezas e superá-las.
É simplesmente mais fácil entregar-se às mazelas da vida, superdimensionar os problemas e achar que é a pessoa mais infeliz do universo. Gostaria de saber apenas uma coisa: quem é capaz de "medir" a infelicidade do mundo, de cada pessoa e fazer uma comparação? Quem é "qualificado" o suficiente para dizer que tem o maior problema do mundo e não é capaz de reagir? Quem lhe deu esse direito? Você por acaso se sente realmente dono de sua vida para tratá-la desse modo? Você se autoconcebeu? Mas também quem disse que seus pais são seus donos? Eles não seriam apenas um "portal" que os trouxe para esse mundo? Bom, não sei se cabe a mim o papel de responder a esses questionamentos que faço a mim mesma todos os dias...
Voltando às estações e suas complicações, nessa situação em que me encontro, sinto como se eu fosse passageira, estou apenas passando pela vida de algumas pessoas, sem deixar nada de importante. Apenas transitando, vazia, sem nada a acrescentar, e nada que eu faça tem valor.
Mas o verão está chegando, e eu quero mergulhar num mar de alegrias. Sentir calor. Gostar da brisa com salitre que vem do mar. Quero viver e não ficar sobrevivendo aos outonos e invernos da minha vida. Não quero perder tempo. Desfrutar de cada segundo da minha existência. Sentir de novo como é bom tomar um milk shake e o cérebro congelar. Apreciar cada sensação, conhecer coisas novas. Me abrir para o mundo, estou disposta a mudar. A felicidade vem aí. Lá vem o verão!

Música: Avião, Djavan

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Vinicius...

"- De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:

Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando."

 
 
 
...de Moraes


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Dependência Sinestésica

- Sempre achei um pouco ridículo, chegando até a ser estúpido o comportamento de algumas pessoas, que eu acreditava serem dependentes de algo, seja lá o que fosse esse vício. Porém, não sabia eu que também fazia parte desse grupo. Talvez por não considerar o meu vício algo que pudesse levar à dependência.
Os primeiros sintomas vieram quando eu tentava fazer alguma coisa sem ela e não conseguia. Nem estudar sem ela, eu consigo! Comecei a ficar realmente preocupada, e me perguntava: "meu Deus, será que estou ficando louca?" A necessidade aumentava a cada dia (ainda continua crescendo...) e as coisas pioraram: começou a afetar a minha saúde, passava mal, ficava enjoada, com dores de cabeça; definitivamente, preciso da música.
Seja ela qual for, seja na mais inusitada situação da minha vida, preciso de uma trilha sonora. Com a música tudo ganha cor, cheiro, para mim tudo se torna especial, tem um brilho diferente. Ou seja, para completar a minha loucura (ser viciada em música!), ela intensifica a minha sinestesia.
Não sei exatamente quando começou, talvez com minha irmã, que adorava ouvir rádio todas as manhãs, e eu estava sempre participando desses momentos. Realmente não sei, a única certeza que tenho é que depois da música minha vida mudou. O mais incrível é que não sei tocar nenhum instrumento, gosto apenas de ouvir e desfrutar todas as sensações que ela me provoca.


sábado, 15 de agosto de 2009

Olho por olho, dente por dente!

- Inspirada em mim mesma e em alguns exemplos ao meu redor, resolvi escrever sobre essa tal coisa do estereótipo. Acredito que todo mundo tem um estereótipo, ou pelo menos, é encaixado em algum, seja por vontade própria ou não. É quase uma necessidade vital do ser humano. Estamos sempre julgando as pessoas, admito que também o faço, normalmente, é involuntário, e quando percebo já o fiz. Digo involuntário, porque de certa forma temos consciência desse tipo de atitude.
Mas quem resiste a um comentariozinho sobre a vida alheia? Afinal, não faz mal a ninguém, certo? Errado! Sabe aquele velho ditado (adoro ditados! Não sei bem se é um, mas vamos lá!): não faça para os outros, o que não quer que façam com você? Pois é, ele tem feito muito sentido ultimamente...
Talvez, cada pessoa seja rotulada proporcionalmente à quantidade de vezes em que ela julga alguém (nossa, que momento profundo!). Mas é tão fácil julgar alguém pelo que ela aparenta ser, que já tornou-se comum. Muito comum. Julgar pela aparência é tão inerente quanto ouvir música, e no mínimo balançar o pé.
É feio, muito feio! As mães não deveriam ensinar isso aos seus filhos! Infelizmente não é assim... Quando se vê uma loira, o que se pensa? Que ela é burra, ou no mínimo, lerda! Quando se vê alguém de óculos, o que se pensa? Que é um nerd, viciado em jogos e que só vive estudando!
Queria saber onde foi que tudo começou: quem foi a primeira loira considerada burra; conhecer o primeiro nerd que usava óculos. Afinal, teoricamente, eles são os culpados!
O fato é que de qualquer maneira, todo mundo tem um estereótipo, sempre existe algum que se encaixe perfeitamente, talvez por isso tenhamos tanta necessidade de julgar os outros também. Olho por olho, dente por dente.


quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Barbuletas do meu jardim

- Estava outro dia pensando sobre a minha vida (claro que isso, eu faço sempre!). A cada instante é como se passasse um breve filme na minha cabeça, e cada cena nova é acrescentada nesse roteiro. Consigo ver a menininha banguela de cachinhos claros (já com a capa da máquina fotográfica na mão), se transformando na sapeca menina de cabelo curto e liso, de franjinha (cara de Matilda!), que vai crescendo, ficando responsável (até demaiss!) e estragando o cabelo também. Vejo um BUM! e aparece uma garota de 15 anos, de cabelos longos aloirados (agora, artificialmente), cheia de dúvidas e medo; e logo após dois anos tornou-se um alguém desesperado, que morria de medo de depender da Física por mais alguns anos... E depois de apenas cinco meses, está na faculdade, e todos os dias tenta ir contra sua timidez extrema nas tardes durante o estágio.
Depois do momento "retrospectiva", sempre fico com uma interrogação sobre o que sou agora. Não acredito que sou apenas alguém de 18 anos (com cara de 12!), que teve coragem de se livrar das suas longas madeixas, e dar espaço aos cabelos curtos (novamente loiros); que ainda está confusa e continua lutando contra sua timidez que sempre esteve presente. Devo ser mais do que isso, mais do que a cara de Maria: certinha, imaculada, pura e outros adjetivos que sou intitulada.
Quero outras leituras sobre o meu perfil, sobre minha personalidade. Algo além de "você é gente boa! Você é inteligente!" e etc (juro que não é marketing pessoal!) e que realmente consiga expressar quem sou, que ultrapasse essa capa que me esconde (mesmo que involuntariamente).
Quero um olhar diferente que consiga ver no meu sorriso a menina que gostava de "barbuletas" e "memelho" (e contava tudo aos seus diários, mesmo sem saber escrever direito), mas que também consiga ver um pouco de experiência que tem mim.



Apenas o começo...

- Escolhi fazer um blog só para mim, buscando apenas um pouco mais de espaço... Não estou afirmando que eu estava sufocada no outro blog, jamaaiis! Quero apenas poder me dedicar mais à escrever mesmo, poder escrever à todo momento, em cada instante que eu sentir vontade. No mais é isso! Para ver outros textos meus: http://www.confissoesa4maos.blogspot.com/

Beijos