sexta-feira, 30 de abril de 2010

Sem vontade

- E desde então nunca mais eu estive tão só. Saudade dos meus tempos de solidão, de me esconder de mim mesma e fingir que não existo. Tristeza que só agora. Assim, de repente, depois de superar tantas coisas essa semana, e de ter grandes conquistas, um balde de água fria. Por que hein?

Já dizia Luiz Melodia...
"Se a gente falasse menos
Talvez compreendesse mais
Teatro, boate, cinema
Qualquer prazer não satisfaz
Palavra figura de espanto
Quanto na terra tento descansar

Mas o tudo que se tem
Não representa nada
Tá na cara
Que o cara tem seu automóvel
E tudo que se tem
Não representa tudo
O puro conteúdo é consideração
Não goza de consideração"

sábado, 17 de abril de 2010

Você Não Entende Nada... Nada Mesmo!!

- "Quando eu chego em casa nada me consola
Você está sempre aflita
Lágrimas nos olhos de cortar cebola
Você está tão bonita
Você traz a coca-cola, eu tomo
Você bota a mesa, eu como
Eu como, eu como, eu como, eu como
Você!
Não tá entendendo nada do que eu digo!

Eu quero é ir-me embora
Eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo
E quero que você venha comigo

Eu me sento, eu fumo, eu como, eu não agüento
Você está tão curtida
Eu quero tocar fogo neste apartamento
Você não acredita
Traz meu café com Suita, eu tomo
Bota a sobremesa, eu como
Eu como, eu como, eu como, eu como
Você!
Tem que saber que eu quero é correr mundo, correr perigo!

Eu quero é ir-me embora
Eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo
E quero que você venha comigo..."

- Depois de dois dias intensos de tpm, será que ainda dá tempo de ir embora?

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Hormônios

- Eu não consigo parar de chorar. Tem mais ou menos meia hora que as primeiras lágrimas desceram e não pararam mais, então, resolvi escrever, talvez me ajude. Sempre me ajuda, escrever além de ser uma grande paixão, é minha válvula de escape. Fui olhar para o teclado acompanhando as minhas mãos que digitam ligeiras e comecei a ficar tonta, melhor parar, levantar a cabeça e deixar as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
Pronto, bem melhor. Então, comecei a chorar assistindo ao filme "Menina de Ouro" (2004). Todo mundo já deve ter assistido, é bem óbvio - sou sempre bem atrasada em questões cinematográficas -, e acho que cometi um grande erro. Não devia ter assistido. Não, o filme não é ruim! Muito pelo contrário, eu gostei bastante, tanto, que me emocionei. Tantas coisas se passaram pela minha cabeça, tantas reflexões diferentes, que a única coisa que podia expressar tudo o que eu senti ao mesmo tempo era mesmo chorar.
O grande estopim, no entanto, foi a maldita TPM. Só hoje eu percebi que há um mês que eu escrevi aquele desabafo aqui também, e no final eu revelava que o meu grande problema era ela. Estou péssima aqui, com o rosto vermelho e inchado e com grandes chances de inundar o teclado. Me sentindo uma doida dominada por hormônios. Queria desaparecer. Evaporar como água. Ai que droga tudo isso. Por que meu Deus?
Voltando ao filme, lembrei de muitas coisas. O clima de hospital não me fez bem, ver todos aqueles aparelhos me remeteu a todo sofrimento que passei em novembro. E ver todo um sonho sendo destruído por um descuido, foi pior ainda.
"Proteja-se sempre". Aprendi isso para mim. Vou guardar em mim (podem ser devaneios do meu estado psicológico).
Eu me vi então, como uma pessoa que talvez não tenha tanta coragem como ela. Talvez eu não corra tanto atrás dos meus sonhos, não consiga satisfazer todas as minhas vontades e nem consiga assistir ao show de Roberto Carlos. Sei lá, acho que em primeiro lugar, eu tenho que conseguir superar a minha TPM. Porque se nem ela eu conseguir vencer, o que será dos meus planos, não é verdade? (Eu estou me sentindo uma escritora de auto-ajuda)
Eu fico espantada com essa minha capacidade de assumir o papel de perdedora nesses momentos. Como eu posso esquecer tudo eu já conquistei? Como é possível esquecer todas as pessoas que querem o meu bem e que amam? É tão bom isso, saber que não estou sozinha no mundo, que as minhas lágrimas começaram a cessar.
A minha vontade no momento é dar uns golpes (iguais aos da protagonista) nos meus hormônios, e conseguir resolver o problema no primeiro assalto da luta (aprendi alguns termos no filme). Esse é o primeiro desejo, o segundo de hoje, é que pare de chover. Não aguento mais ver tanta gente desabrigada, perdendo tudo e sofrendo tanto. Foi horrível demais ver minha cidade toda alagada, impedindo também que eu saísse de casa, o que como sempre, foi menos de 1% comparado a todo o resto.
Enfim, peço hoje, ao meu Deus do Céu, que chuva pare, que o nível das águas abaixe e que hoje, eu deixe de ser egoísta e pare de lembrar apenas da minha briga interna.




quarta-feira, 14 de abril de 2010

Meus sapatos molharam...

- Talvez eu seja como os sapatos que ficam embaixo da minha cama. Eles não estão velhos, mas hoje, estão molhados, e nem mesmo os meus pés eles podem aquecer. Choveu tanto - e ainda está chovendo - que alagou uma parte do meu quarto, e foi justamente embaixo da minha cama. Tá tudo molhado.

Tenho certeza, porém, que os meus sapatos molhados são menos de 1% dos problemas que as chuvas causaram hoje na cidade. Aliás, não só hoje, como sempre. Sempre chove, e Salvador vira um caos. A cidade do "verão o ano inteiro" sofre com as chuvas há muito tempo. É bem verdade porém, que a cada estação, as coisas só pioram: maior índice pluviométrico + maior quantidade de pessoas morando em lugares arriscados = tragédias anunciadas. A equação é bem simples de entender, mas muito complicada de resolver. Acredito que essa é bem mais difícil que as de logaritmos que tive "que aprender" na escola.
Devo confessar que quase nunca me deixo abalar por essas enormes tragédias que atingem o Brasil ou o mundo. Aquelas notícias que comovem sempre, quase nunca me convencem. Tá, não é bem assim. Eu acredito, mas não fico tão abalada assim.
Dessa vez foi diferente. Aquele morro que caiu no Rio de Janeiro me abalou muito. atingiu em cheio meu emocional e meus olhos enchem de lágrimas a cada reportagem que eu assisto. Consigo me transportar para a vida daquelas pessoas que perderam tudo: casas, móveis, dinheiro e o principal: familiares. É muito triste ter que acreditar que boa parte da população tem que se sujeitar a viver em lugares assim, sem nenhum tipo de segurança. Acreditar que a vida de cada um deles pode ser destruída na primeira chuva. Já li e reli em muitos jornais, que essas pessoas, são as que mais sofrem sempre, porque já vivem em condições precárias, e nesses momentos veem tudo ir por água abaixo (literalmente).
Fiquei triste mesmo com essa tragédia. E imaginar que as pessoas foram reduzidas a nada, ali, foi cobertas por um monte de lixo. Eu me pergunto então, elas eram consideradas o quê para terem sido "obrigadas" a viver naquele lugar? Animais? Ratos? Baratas? Cadê o senso de humanidade dos políticos para tirá-las dali ou invés de transformar o local em um quase-bairro? Asfaltar ruas e pintar casas não é o suficiente. Não é o suficiente também construir casas populares em locais indevidos não resolve.
Aqui em Salvador, as ruas alagaram, o trânsito ficou horrível como sempre. A Rótula do Abacaxi então, insuportável com as obras da Via Expressa. E para melhorar, os operários entraram em greve, ou seja, mais tempo para terminar a construção = mais tempo com engarrafamentos monstruosos. Muitos deslizamentos de terras, muitas pessoas desabrigadas, algumas mortes. A cidade também virou um caos.
Enfim, olhando ao meu redor, a chuva estragou muita coisa, mexeu com o meu emocional, muitas pessoas morreram, outras tantas estão desabrigadas e ninguém tem previsão de quando isso um dia vai parar. Quando é que vai chover e nada vai ser abalado? Acho que nunca mesmo. São tantos os fatores que estão envolvidos nessa questão: climáticos, geográficos, econômicos, educacionais, etc; que eu não acho justo culpar apenas os políticos. Aí então utilizo um clichê, super clichê: é preciso que cada um faça sua parte. Eu vou começar secando os meus sapatos, para que eu possa sair na rua e fazer o meu protesto.


Além do clima, a música que me inspirou a escrever hoje:


terça-feira, 13 de abril de 2010

Olhos nos olhos...

- "Olhos nos olhos, quero ver o que você faz". Inspirada na música, resolvi desabafar. Aprendi a olhar, a ver e a enxergar. Descobri novos olhos para mim. Consigo agora ter uma nova perspectiva das coisas, uma nova visão da vida. Percebi isso nos últimos meses, e as últimas semanas afloraram o meu novo sentido.
Não é um sexto sentido, porque minha visão já faz parte dos cinco. É uma sensibilidade, na verdade, um novo jeito de encarar as pessoas, de vê-las profundamente. É uma nova percepção do que elas realmente são. Depois de um tempo, as máscaras caem. É impossível ser falsidade o tempo todo, a menos que a pessoa seja um psicopata.
Alguns comportamentos alheios pararam de me convencer, e eu também parei de convencê-los, acredito eu. Não sou fã de falsidade e nem a utilizo. Nunca achei que valeria a pena enganar as pessoas. Continuo não achando. Como isso não é senso comum (lembrando da aula de sociologia...), resolvi abstrair certas coisas, certos comportamentos e passei a não me importar mais com isso.
Quer ser falso? Fique à vontade. Pode esbanjar sua falsidade por aí, eu não invejo, pode acreditar. Quer ser falso comigo? Fique à vontade também. Nem todas as pessoas que me rodeiam têm a minha confiança plena. São escassas. Eu não estou te enganando - não gosto de enganar ninguém -, eu sou educada, é diferente, e te trato bem. Posso querer seu bem, posso ter alguma consideração, mas não significa que você conseguiu a proeza de me conquistar. Eu tenho cara de besta, mas é só cara mesmo, tá?







segunda-feira, 12 de abril de 2010

Lembrei!

- "Meu limão, meu limoeiro
Meu pé de jacarandá
Uma vez tin-do-lelê
Outra vez tin-do-lalá."

sábado, 10 de abril de 2010

Cinco minutos de incertezas

- Talvez um dia eu consiga...
...escrever para o mundo.
...alcançar todos os meus objetivos
...levar felicidade às pessoas
...viver plenamente
...ser poeta
Talvez um dia...
...eu pare de conseguir as coisas
Talvez um dia...
...minhas palavras transformem as pessoas
...minha profissão seja valorizada
...o mundo acabe e eu fique viva
...lembrem do que eu escrevi
Talvez um dia eu...
...pare de escrever tantos devaneios
...fique para a posteridade
...compre um carro
...vire gente grande
...volte a ser pequena
...vire borboleta!
Talvez um dia...
...não seja dia, apenas noite
... existam dias amenos, sem tanto calor, sem tanta chuva
Talvez um dia...
...eu pare de acreditar no talvez, e tenha certeza das coisas.
Tanto clichê me enjoa.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A saga de Moisés

- Mais um dia de chuva em Salvador, mais uma vez a cidade não está preparada para receber chuvas como as de hoje. A tragédia anunciada, como repetem todos os jornais nesses episódios, veio do Rio. A massa de ar se deslocou e veio subindo, após matar mais de 200 pessoas na cidade maravilhosa. Morros abaixo, carros cobertos pela água, casas invadidas pela lama. Esse é o cenário do Rio 40º.
Aqui, na Terra do Senhor do Bonfim, a coisa não é muito diferente. A chuva começou na quarta-feira, e piorou a cada dia. Essa noite, acordei 4h30 da manhã - não sei por qual motivo - olhei para o céu, e olha lá ela caindo, com força, sem nenhuma vergonha, sem receios, se jogando lá de cima. Mas aí eu pensei: "daqui para as 6h, já vai ter passado, e eu vou poder ir para a faculdade sem problemas". Doce ilusão, levantei às 5h40 e a chuva não dava sinal de que iria cessar.
Saí de casa às 6h30, e depois de darmos uma volta enorme para fugir do congestionamento da Rótula do Abacaxi, chegamos à frente do Extra, e eu, finalmente vi de perto todos aqueles relatos que ouço em dias de chuva: a água estava na metade dos pneus dos carros. Demos meia-volta, e fomos para o Bonocô, foi aí que começou a nossa saga de Moisés: fomos abrindo mares o caminho inteiro. Parecia uma grande propaganda de carros de rally, espalhando água para todo lado, a diferença é que se dessemos uma freada daquelas da televisão, ia ser um engavetamento horroroso, mesmo a distância entre carros ser de aproximadamente de três metros. E ainda tinham aqueles caminhões m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o-s jogando água barrenta, em nós, meros carros de passeio.
Às 7h, estávamos passando na frente do Imbuí que estava engarrafado. Um carro da polícia, se achando um super navio, resolveu desafiar a lagoa que se formava na frente do posto de gasolina. Conseguiu, mas jogou mais água na gente, e com certeza, o carro deve ter problemas depois.
Fomos devargazinho, mantendo uma distância segura dos outros carros, quase não dava para vê-los. Na verdade, não dava mesmo, eu só via os faróis do Corsa que estava na nossa frente, e algum carro que se aproximasse à minha direita. Fora isso, só chuva, chuva, chuva, tudo cinza, desespero total. Mas fiquei tranquila, eu sabia que ia chegar viva, ou pelo menos acreditava cegamente nisso.
Uma hora depois de ter saído de casa, finalmente cheguei à faculdade. Como sempre, a frente da Jorge Amado estava alagada. Normal. O que eu não esperava era encontrar a minha sala alagada e os corredores enfeitados com baldes cheios de água das goteiras. E ainda dizem que quem estuda em faculdade particular tem muitos privilégios, tem mesmo não é? Minha faculdade oferece tudo, até mesmo chuva exclusiva!
Brincadeiras à parte, só fui para a aula por tinha prova, teria, na verdade. Não teve, e eu não achei muito ruim não, é bom que estudo mais.
Enfim, depois de uma manhã de chuvas, a tarde no estágio foi frenética, mil coisas a fazer, e ainda de olho no relógio para não sair muito tarde e enfrentar mais engarrafamento. Ainda teve chuva de tarde, mas nada comparado como no início do dia.
.................................................................................
De qualquer forma, apesar de todas as tragédias, acho que a chuva trouxe bons fluidos para mim. Lavou minha alma, levou minhas angústias, minhas poucas expectativas. Minha noite foi uma dádiva! Ainda tá chovendo, mas bem pouco, só para refrescar... Quase ninguém vai entender esse último parágrafo, mas minha vida mudou. Tudo o que eu queria, todo o momento de transformação que eu buscava, chegou. A saga de Moisés, abrindo as águas essa manhã, abriu meus caminhos! Atender meu celular nunca foi tão lindo, como hoje. Tô muito Feliz! Me achando um pouco, é verdade, crente que sou a Madona! E eu quero que a minha felicidade se espalhe pelo mundo hoje.

Vídeo em homenagem à Nandinha!

domingo, 4 de abril de 2010

O teu brinquedo de "star"...

- Que ninguém sabe do futuro, além das pessoas que dizem ler mãos, ter premonições e coisas do gênero, é fato. Eu tava raciocinando sobre isso hoje de manhã, quando tive um pequeno flashback motivado pelo Kellogg's. Isso mesmo. Tive um pequeno retorno à infância por causa dele. Há tempos que eu não comia um Choco Krispis®, é! Isso aí: "os flocos de arroz com delicioso sabor de chocolate que são fortificados com oito vitaminas e dois minerais, além de cálcio e fósforo, minerais importantes em uma alimentação balanceada, e que deixa o leite das crianças mais gostoso!". Além de comê-lo em casa, ainda tinham aquelas caixinhas pequenas que eu levava para comer na hora do recreio.
O elefantinho marrom do sucrilhos lembrou-me de quando eu não tinha dentes na frente, e dava risada a todo mundo com aqueeela janela! Veio à mente também, a minha franja que me irritava tanto por cair nos meus olhos enquanto eu corria brincando de esconde-esconde, ou quando descia na escorregadeira da escola. Mas, a lembrança que mais me tocou foi: eu sentada no sofá esperando meu pai para amarrar meu tênis. Incrível como eu achava tão complexo fazer aquilo, acreditava ser o mais difícil do mundo. Eis que um belo dia eu consegui, amarrei o tênis sozinha, acho que foi um dos momentos mais legais, de superação.
Naquela época eu nem imaginava quanta coisa estava por vir. Na verdade, eu esperava sim, mas não achava que passaria por tantas coisinhas que me modificariam ao longo do tempo, e nem que o mundo mudaria tanto. Eu tinha uma visão geral acerca do meu futuro. Eu seria pediatra ou astronauta, me formaria na faculdade, depois ia casar, ter dois filhos e morar numa casa. É verdade, eu queria ser astronauta. Adorava olhar as estrelas e estudar sobre os planetas, me encantava com as cores, os tamanhos e ficava me imaginando olhando tudo mais perto.
Me considero uma pessoa feliz por ter sido uma criança de verdade, sem nada de precoce, nada que descaracterizasse o meu conceito de infância. Sempre fui do tipo quieta, que não dava muito trabalho, mas soube aproveitar o meu momento.
Brinquei; pulei elástico; corri; me descabelei; caí; me machuquei; me sujei de tinta; fiz bonequinhos de massa de modelar; dancei todas as coreografias do É O Tchan!; assisti Chiquititas (só as primeiras fases, depois ficou um porre!), Ursinhos Carinhosos, A Caverna do Dragão, Chaves; li A Turma da Mônica; usava xampu Johnson's; tomava Fanta Uva; cantava aquelas musiquinhas "erum casteeelo mal-assombraaado, xixi de rato pra todo lado...", "vamos ver com quem com fulaninha vai se casar: loiro, moreno, careca, cabeludo, rei, capitão..." e outras coisas que não me veem agora para incluir na lista (acho que a minha memória já está quase completa, mesmo com apenas 19 anos e corpinho de 12).
No final da infância, eu não achava que era final, eu não sei bem dizer quando ela começou a ir embora. Não foi com a chegada da responsabilidade, porque isso, eu sempre fui (não é marketing pessoal). Não foi na quinta série, quando eu passei a ter mais "tias" na escola, porque eu dançava o Asejere. Nem no dia que eu menstruei, porque eu tava brincando de bandeirinha na hora. É, eu não sei dizer mesmo... Mas sei que ela se foi, deixando apenas alguns resquícios em mim.
Às vezes penso que a infância não foi embora só para minha geração, foi embora mesmo, para sempre. Olho as menininhas de hoje e vejo miniaturas de mulher. Cheias de maquiagem, roupas da moda adulta, celulares com milhões de recursos, mil perfis no Orkut, Twitter, Facebook e outras redes de relacionamento. O que me assusta não é isso na verdade, mas o comportamento delas mesmo. Tudo é uma questão de status, de ser "star". É muito raro ver crianças respeitando seus pais, quase mandam neles! Já presenciei várias cenas de meninos gritando suas mães, que talvez estejam cheias de dedos por causa do ECA, cedem às suas vontades. Então, com essa inversão de valores atualmente, é muito difícil educar seus filhos. Ainda tem um agravante que são os meios de comunicação que influenciam terrivelmente na formação desses jovens.
Não posso negar que aderi a muitas modas de minha época como usei tererês, tic tac's, aquele colarzinho que parecia tatuagem e outras coisas, mas nada que fosse precoce. Esse mês fui surpreendida com algumas notícias sobre umas tais de "pulseirinhas do sexo". Fiquei horrorizada quando soube que crianças e adolescentes usam esses adereços para conseguir carinhos e outras coisitas mais em troca. A dinâmica funciona assim: existem pulseiras de várias cores e cada uma com um significado; quem conseguir partir uma delas tem o "direito" de conseguir um carinho específico, sendo que pode chegar até o sexo.
Como é que pode? Onde foi parar o bom senso das pessoas? A educação doméstica? As brincadeiras saudáveis? Isso é um absurdo e um verdadeiro retrato da minha suposição: a infância foi extinta. Eu, no meu momento de pura ingenuidade, lá atrás, quando comia Choco Krispis no recreio, jamais ia imaginar uma coisa dessas. Jamais conseguiria vislumbrar um futuro assim, com tantas ausências, com tanta falta de criancice. Eu curtia mais dançar o "Ragatanga"! Ai que saudades do "castelo mal-assombrado com xixi de rato pra todo"...

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Calor calor calor calor calor calor calor (3x)

- O mundo está mesmo de pernas para o ar. De cabeça para baixo, ou em qualquer outra posição que afete decisivamente o cérebro das pessoas. Inclusive o meu, tenho ficado extremamente irritada ultimamente. Acho que é o calor. Eu, por exemplo, nesse exato instante estou derretendo aqui no meu quarto, um calor horrível, parece que estou no centro da Terra ou sei lá o quê! Se não fosse a minha casa, diria que estou no inferno, mas minha casa não pode ser comparada a esse tipo de lugar, é um verdadeiro absurdo utilizar essa metáfora!
Voltando ao calor, eu que sempre fui tão feliz nos dias de Sol, sempre fiz campanha "fique feliz! Hoje está fazendo o maior Sol, o dia tá lindo!", hoje, quando acordo e vejo o céu azul, chego a me aborrecer. De verdade! Eu queria entender meu Deus, como eu pude mudar de opinião tão rápido assim? Acredito que deve ter sido pelo fato do verão ter chegado ao fim, e as temperaturas não amenizaram. Por não ter chovido no aniversário de Marcela. Pelo fato da Páscoa ter chegado e tá o maior Sol. Por eu transpirar tanto. Por eu me irritar facilmente ao sentir o vapor que me rodeia.
Eu sinceramente quero saber se vai chegar o São João e vão continuar essas ondas de calor, com pequenas porções de aborrecimento me rodeando! Nunca passa um ventinho... nunca mesmo! Um absurdo isso! Quero saber onde foram parar todos os ventos de Salvador, porque, sinceramente, tá difícil!
Eu queria sinceramente que uma nuvem pairasse sobre a minha cabeça durante os três dias para me refrescar, eu não aguento mais isso!! Jesus, me acuda! Estou quase caminhando para o meu segundo banho em três horas...
Sinto como se estivesse me desmanchando em suor, em gotas que vão descendo pelo meu corpo, que me irritam também. Bem que podia existir um jeito mais confortável de transpirar não é? Sei lá, a gente poderia não perceber, o suor poderia não existir e simplesmente evaporar!
Sei que a culpa na verdade não é do suor em si, nem do Sol, o calor é culpa do homem pelo super aquecimento da Terra, e tantos outros problemas ambientais que desequilibram o ecossistema. Mas vá me dizer isso num dia de 35º...
No vídeo, ouça bem o refrão, que você vai entender o título do texto...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Eu quero é botar meu bloco na rua...

- E então, de repente, não mais que de repente, tudo se transformou. As árvores pareciam mais bonitas, as pessoas pareciam mais interessantes e felizes, as estrelas brilharam mais. O ar parecia mais puro, na verdade, eu respirava alegria, um misto de alívio e euforia me invadiu. Eu não soube reagir, não soube me defender dessa nova sensação que vinha como descargas elétricas percorrendo o meu corpo. Eu queria correr, sair gritando por aí, mas minhas pernas não seriam capazes de desgastar todo esse vulcão que estava em erupção dentro de mim.
Tudo começou com uma conversa no estágio, numa simples tarde de terça-feira, tudo ia bem, a pauta estava tranquila, eu conseguia desenvolver bem o texto. Então, começamos a conversar, e uma luz surgiu em minha vida. Não, eu não estava me apaixonando por ninguém, eu estava completamente encantada por um novo modo de vida. O que mais eu podia fazer, senão me entregar? Resolvi mergulhar nessa oportunidade, nessa nova ideia. É chegada a hora de botar meu bloco na rua.
Parece que eu me tornei alguém realmente capaz de ir atrás dos meus objetivos, ou de forma mais poética, dos meus sonhos, meus desejos mais íntimos, minhas vontades mais secretas. E eu vou atrás, não vou desistir dessa vez, vou até o fim, sem cansar, sem me iludir, sem me enganar, vou na cara e na coragem como dizem por aí.
Sempre fui do tipo que me auto-boicotei, nunca fui de fazer um marketing pessoal. Prefiro que as pessoas me conheçam de verdade, e desconstruam por si mesmas os pré-conceitos que estabelecem quando me veem. Nesse caso, sempre me disseram "você vai conseguir, é inteligente, é esforçada, vai sempre alcançar seus objetivos". Eu me boicotei. Não dei o melhor de mim, não fui eu mesma, assim, não consegui. A luz criou uma nova atmosfera e sinto que agora eu posso.
Eu espero que essa luz continue acesa e que ilumine o resto da minha vida.