terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A Lua ainda estava no céu

Quando acordei a Lua ainda estava no céu. Azul celeste, imaturo, início de dia. Eu estava nascendo também, para um novo dia, uma nova missão a cumprir. Fomos amadurecendo juntos, as nuvens apareceram, sumiram, e ele reinou majestoso. O Sol. Lindo, brilhante, energizante, me animou, despertou meu ser para aproveitar o que viria de bom. Fomos juntos mais uma vez. A cada raio que eu sentia queimar a minha pele branca, um novo sorriso brotava espontâneo. Assim, no automático, como apertar um interruptor e acender uma luz. Minha luz, meu guia.
Me enjaulei, me escondi. As janelas não deixavam mais os raios penetrarem em minha pele, me fazendo sorri. Perdi meus sorrisos, minha graça. O dia continuou amadurecendo, ficando mais intenso, o céu então clareou, e escureceu. Ficou forte, esplêndido. Eu não vi e me perdi. O cheiro e o barulho da chuva chegaram trazendo a melancolia e nem a luz da Lua eu vi. São as noites que me deixam assim, com ares de tristeza. A Lua ainda estava no céu e eu dormi.



quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Ladeira abaixo

Em seu discurso de posse, a presidente Dilma Rousseff afirmou que prefere "uma imprensa barulhenta ao silêncio das ditaduras". Pois bem, eis que a Bahia, gerida pelo governador-irmão do ex-presidente Lula, e que tem cinco baianos nos ministérios, parece não estar disposta a seguir essa recomendação. Traduzindo: nas duas últimas semanas, como já foi noticiado por aí, a imprensa não tem mais acesso direto e imediato aos dados sobre a violência no estado. Antes, era bem simples, só ligar para a Central de Telecomunicações das Polícias Civil e Militar (Centel) e solicitar as ocorrências para um dos atendentes. Em duas semanas tudo mudou. Primeiro, as informações deveriam ser passadas pela assessoria de comunicação da Centel. Depois, pela assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Agora, os dados se transformaram em um "boletim" no site da  SSP.
Na minha humilde opinião, acho ótimo que os órgãos públicos utilizem tecnologias ao seu favor, só que no tal boletim não estão todas as informações, detalhes, como as que podíamos pedir aos atendentes, mesmo que nos tratassem com mau humor, ou com falta de atenção. 
Engana-se quem pensa que essa censura às informações começou agora. Há tempos, as ocorrências estão sendo divulgadas com restrições. Na minha época de fazer ronda, lembro das poucas vezes que conseguia alguma informação. Muitas, só eram divulgadas no dia seguinte, o que transformava meu trabalho em algo descartável e desatualizado, o que não combina com o perfil de minha profissão, não é?
 Eu realmente não consigo acreditar que o motivo dessa suspensão de informações foi a veiculação de que em um fim de semana houve 30 homicídios. Os números sobre a violência no estado vêm sendo divulgados há meses, e os índices vêm só aumentando. Por que então, não assumir que isso é verdade? Por que acreditar que impedir a SSP de divulgar as informações vai ajudar em alguma coisa?
Vamos colocar na mesa as cartas desse jogo. Não é culpa da SSP os números estarem crescendo. Não é culpa só da polícia militar. Não é culpa só da desigualdade social. Não é culpa só da educação de má qualidade. A culpa não é só do governo atual. Não é culpa só da "herança maldita". São todos esses fatores juntos. Então, vamos amadurecer um pouco, Bahia? Vamos deixar de ser essa província que prefere esconder números embaixo do tapete e vender apenas a imagem de alegria aos turistas?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

De volta

Parece que enfim as coisas estão voltando para os seus devidos lugares. Depois de arrumar a biblioteca do meu cérebro, estou querendo organizar as estantes do meu coração e ficar em paz. Resolvi ser otimista. Mas tenho saudade de mim. Não do que fui, nem do que vivi, mas do que eu acreditava. Saudade dos sonhos, da esperança, dos planos.
E, por mais estranho que pareça, tenho saudades do futuro. Do destino que eu imaginei, eu criei e desenhei no meu caderno. Enfim, saudades da meninice, que está de férias por uns dias. Mas ela volta, ela volta. Volta nas minhas vontades de tomar sorvete, nas minhas risadas. Nos meus olhos. Acho que ela está nos meus olhos.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

rá! as 5

Parafraseando diversos blogueiros por aí, incluindo minhas queridas Carol e Jú, resolvi fazer um top 5. Vale ressaltar que a qualidade da minha seleção não é a mesma que a delas, e também está misturadinha! Vou aproveitar a minha felicidade matinal de hoje para deixar aqui as cinco músicas que animaram a minha manhã, logo quando acordei e liguei o rádio:

5° - Santeria: música veelha, mas que traz boas recordações...



4º - Natiruts Reggae Power: esses dias eu já estava na vibe do reggae, só veio para coroar a minha manhã!



3° - Uma brasileira: nossa, sem comentários essa música, super velha!



2° - Na base do beijo: puro carnaval, astral, hul!



1° - A letra A: tudo bem que Nando Reis não é a animação em pessoa, nem essa música é, mas me deu uma paz tão grande, que levantou o meu astral.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Me esqueci por aí

Será possível não sentir? Me sinto assim, insensível, ou estranhamente acostumada com meu cotidiano que não estou sentindo mais sensações avassaladoras que me preenchem por completo. Mas não estou vazia por inteiro, o copo está meio cheio, esvaziou um pouco e parou de transbordar felicidade. Agora, ela fica aqui, tímida brincando com o meu coração. Entre sentimentos e confusões vou vivendo, me encontrando e me perdendo. Vou me enchendo de saudades.
Vou caminhando, me fazendo, me desfazendo. Me amando, me odiando, me querendo e te afastando. Me vendo, me enxergando como talvez você me veja, mas que talvez eu não seja. Vou sendo meu Sol, minha chuva, minha Lua, minhas estrelas. Minha luz, minha bússola. Parei de seguir focos de luz que logo se apagavam e me deixavam no escuro. Me acredito mais. Me espero mais, me deixo ser mais. Vou te levando, me encantando, me enganando, me iludindo.
Será que ainda serei quando eu for? Ou será que já não sou? Eu não sei. Eu vou indo, me entregando, me deixando ser. Eu vou sendo pequena e grande, vou sendo como dá pra ser. Como quero e como não quero também. Me sentindo viva, pulsante, atuante. Sei que estou, mesmo que onde seja um incógnita, estou. Firme, menos forte, menos frágil, mais tranquila. Olho nos olhos com menos timidez, com mais coragem. 
Vou repetindo minhas frases de auto ajuda para me ajudar também, para viver e encarar. Vou escondendo esse meu ser menos entregue. Vou vivendo em meus sonhos e ainda na realidade do mundo.

domingo, 2 de janeiro de 2011

É senhora

- Há quem beba, há quem coma chocolate, há quem componha uma música. Eu, quando sofro ou estou triste, escrevo. Desde cedo, como um pressentimento, ela se manifestava na minha falta de animação com meu dia normal. Melhorei, com algumas doses de estímulo... De tarde, ela voltou, soberana, querendo dominar meu coração. Senhora do meu dia, a tristeza veio e ainda está. 
Permanece, vai me consumindo, me dominando, ainda que eu lute, ainda que eu resista, ainda que eu não queira. Então, por mais que eu tenha alegria em meu coração e pensamentos positivos, ela me vence em algumas batalhas. Aí, me entrego às fraquezas de ser humana e me entrego. Hoje, eu perdi uma batalha. A senhora, com sua sabedoria secular me ganhou.