segunda-feira, 29 de março de 2010

Uma lembrança às amigas

- Alguns momentos dos meus dias, são tomados por ondas súbitas de nostalgia. Há pouco, enquanto estudava e ouvia a seleção de músicas da biblioteca do computador, fui arrancada da minha concentração com um "Stoop! Ow yes wait a minute Mr. Postman!", e foi inevitável não dançar a coreografia de um trabalho do colégio. Lembro-me como se fosse ontem de todos esses momentos "estressantes" na produção de nossos trabalhos. Toda a nossa dedicação, a busca pela perfeição, as brigas, as vontades de chorar, as crises de riso; tudo isso misturado para simplesmente compor um trabalho. É bem verdade que todo esforço no final valia a pena, tínhamos sempre êxito, alcançávamos nossos objetivos, ou conseguíamos chegar bem perto deles. Que saudade disso tudo.
Mas a saudade não se resume aos trabalhos bem-sucedidos, vai muito além, é uma falta enorme que vocês fazem diariamente em minha vida. Os fins-de-semana são poucos para todo o tempo que já tivemos para desfrutar juntas.
Agora que estamos trilhando novos caminhos, totalmente diferentes, diga-se de passagem, sinto um enorme vazio quando passamos muito tempo sem nossos encontros, sem as nossas conversas, as nossas confissões, e até mesmo, as nossas DR's. Sim, somos amigas, e discutimos a relação sim.
Lembro como se fosse ontem, de cartinhas, de aniversários, de mil fotos tiradas por mim ou por Ana, de dancinhas, dos nossos melhores e piores comentários, das nossas cantorias e nossos erros ("românticos são loucos e pirados"...kkkkkk), dos desabafos, dos desencontros, dos mal-entendidos, das pérolas (Quiberte-se que o diga hein Leslie?), das conferências no celular quando eu deitava e rolava falando de graça, das conversas no msn, nossos ciúmes bestas (né Mari?). Cada detalhe que vivemos juntas ajudou a construir o que somos hoje.
Semana passada, em um momento de desespero, de angústia e alegria ao mesmo tempo, sabia que podia contar com uma de vocês para me apoiar, então saí correndo e fui conversar com Nane. Aí foi nostalgia pura mesmo, lembra amiga? A gente percebendo o quanto crescemos e amadurecemos juntas? Relembrando de cada etapa que ultrapassamos juntas? Tão lindo tudo isso. Me sinto super privilegiada por tê-las em minha vida!
Alguém me disse uma vez no colégio que a gente se isolava muito no nosso grupo (mais um momento de fofoca contra a gente, mas tudo bem!), que não conhecíamos novas pessoas e etc, e acabávamos tendo poucos novos amigos. Lembro que respondi dizendo que a gente não se isolava, mas que as pessoas tinham algum receio para se aproximar e que mesmo que fosse verdade, preferia mil vezes ter a certeza da amizade verdadeira de vocês, do que ser amigo de todo mundo e não ser amigo de ninguém de verdade.
Enfim, o texto é muito mais uma carta às minhas amigas, meus amores eternos, minhas companheiras de sempre, minhas metades da laranja, não somos amantes, mas somos quase irmãs. Amo vocês como à minha família, e tenho certeza que também ocupo um espacinho no coração de cada uma.


terça-feira, 23 de março de 2010

Era tão estranho...

"- Mas é exatamente quando a gente está cansado, o coração distrai, então a sorte vem…"
Reflexos de uma conversa hoje, de uma manhã de chuva em Salvador, de cólica na faculdade e de pensamentos no coração. Só para registrar mesmo.

domingo, 21 de março de 2010

Simplesmente Vanessa

- Meu fim-de-semana começou ruim. Esperava há mais de um mês por uma festa, e nos 45 minutos do segundo tempo, eu não pude ir. Decepcionei, magoei, eu sei, desculpa! Passei minha sexta-feira em um momento de suposta depressão, cheia de pensamentos inúteis, que foi salva apenas por conversas felizes com minhas amigas, e a expectativa para o dia seguinte.

Então, amanheceu. Novo dia, nova rotina. Sábado de nuvens, medo de chuva. Com que roupa eu vou?(Nunca Noel Rosa foi tão feliz numa composição como nessa música.) A tarde seguiu linda, cheia de surpresas maravilhosas. O Simples Café foi palco de mais um encontro da gente. Conversa vai, conversa vem, torta doce vai, refri vem, torta salgada e coxinha também. Voltei para casa. Era hora.
Liguei o chuveiro, e não era mais eu quem estava ali. Uma súbita corrente passou pelo meu corpo, como se me despertasse para um mundo novo, só de alegria, de felicidade. Eu queria sair correndo pela rua, de braços abertos sentindo o vento passando por mim, bagunçando meus cabelos, me deixando com frio. Mas não era possível, eu precisava achar um pouco de concentração para conseguir me arrumar, ficar linda para aquele momento, que eu tinha certeza: seria especial. Mais uma vez, seria inesquecível. A ansiedade era muita, e em apenas 30 minutos, eu estava pronta, e às 18h em ponto liguei e disse: "Tô pronta! Quando tiver saindo, me liga que eu desço!". Na verdade, se pudesse, eu teria virado a noite lá, esperando a hora de começar.
Chegamos e a fila estava na ladeira. Faltavam dez minutos para as 19h, por fora eu sorria, por dentro, um carnaval de nervosismo explodia no meu peito. São nesses momentos que eu me preocupo com o meu histórico genético. Tenho medo de infartar. E quando fomos chegando perto da catraca, as pessoas lá dentro começaram a gritar, e eu, do lado de fora, ficando desesperada. Passei pela catraca, o ritmo começou, e aquela voz linda deslizou no ar da Concha Acústica. Eu ainda tinha um último obstáculo para ultrapassar, a revista, mas acho que a mulher percebeu o meu desespero, e me deixou passar correndo. Quando eu vi aquele lugar lotado, cantando "Vermelho", meus olhos nervosos, procuravam a fonte, que emitia aquela voz linda e contagiante, foi quando eu finalmente, a vi, linda como sempre, surgia e aparecia para mim, de acordo com o movimento das pessoas que estavam em minha frente. Eu podia ficar ali, estava semi-satisfeita, já estava perto, mas não a vi direito.
Fomos caminhando, apertados entre as pessoas que lotavam aquele lugar, e o tornava insuportavelmente quente. Mas eu andava feliz, cantando, na esperança de achar um lugar mais vazio, que eu pudesse "me espalhar" durante o show. Achamos. Do lado esquerdo do palco, um lugarzinho ótimo, mais ou menos vazio, e bem pertinho dela. Eu perdi alguns litros de suor, e na primeira oportunidade, estava simplesmente, na frente dela. E de repente, não mais que de repente, ela caminhou na nossa direção e a tive, bem perto de mim, com toda a sua simpatia, mandando beijos, para nós meros mortais que estavam ali para contemplar sua arte. Eu estava em êxtase total. Era Vanessa da Mata, ali, na minha frente. Eu pulei, gritei, cantei, levantei os braços esquecendo o que aconteceria com o meu vestido caso eu fizesse esse movimento. Me entreguei totalmente àquele momento. Ela é linda demais.
Me deleitei com as músicas, com as participações, até mesmo Malu Magalhães, que cantou "Quando um homem tem uma mangueira no quintal" com sua voz irritante de uma criança de 17 anos. Mariana Aydar, completamente feliz por estar ali, cantando como fã, na verdade. E a grande e incrível Dona Ivone Lara, minha maior emoção na noite. Com sua voz firme de 89 anos, indagou para a Concha Acústica cheia: "foram me chamar, eu estou aqui, o que é que há?" Tão linda, tão doce, representando para mim muito mais que uma cantora, compositora e mulher forte; foi como ver minha bisavó ali. Precisei respirar fundo para continuar a curtir o momento, e não me entregar às lembranças e me desmanchar em lágrimas.
Vanessa voltou a cantar sozinha, tão única, tão inebriante, apaixonante.
Eu estava completamente entregue, curtindo, cantando as músicas, acompanhando as letras automaticamente. É incrível como eu me deixo levar nessa onda, algo me prende, me leva, me transporta. Não importava mais nada, nem o calor, nem meu braço estar grudando em suor alheio, nem um repentino mau cheiro de cocô vindo do além; nem se meu vestido podia subir, nem se eu tinha aberto todos os botões, eu precisava encontrar mais ar, para viver ali, e eternizar o momento.
Infelizmente, tudo que é bom, acaba rápido. E acabou. Muito rápido, muito cedo. Como manda a tradição, "Ai ai ai" encerrou o primeiro show do Projeto Mulheres Brasileiras, e iniciou a minha expectativa/angústia da dúvida de quando ela vem de novo.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Google: o Messias do século XXI

- Como já é bem óbvio, fui batizada, fiz eucaristia e me crismei. Hoje em dia, quase ninguém crisma, no máximo, é batizado. Também, quem é que vai dar credibilidade à Igreja nos tempos de hoje, com tantas denúncias de pedofilia envolvendo padres? Melhor mesmo é seguir outra doutrina, ou ainda, uma nova religião que surgiu com o boom da Internet: o Googlenismo ou religião Google.
Quem hoje em dia - que tem acesso à Internet - não recorre ao Deus-Google no momento de desespero? Tá em dúvida? Não sabe onde fica algum lugar? Não sabe o significado de alguma palavra? Ler algum livro? Ouvir música? Ver vídeos? Como diriam aquelas propagandas: "seus problemas acabaram", esse site incrível existe.
Existe e, é na verdade, um portal, que abriga incontáveis sites de todos os assuntos, de tudo mesmo. É o pai dos burros do século XXI, e mais, não só dos burros, dos inteligentes, dos mais ou menos, todo mundo recorre ao Google. Ou melhor, ao novo Messias.
O seu monopólio permite que a cada dia compre novos domínios, até o Youtube, o grande mestre dos vídeos faz parte dele. E eu acho incrível como existe essa onda que nos envolve e nos faz passar por ele sempre, a necessidade de pesquisa existe, e é sempre no Google que vamos procurar. Sempre, sempre, sempre! É sim, uma religião que nós internautas seguimos, mesmo sem perceber, sem querer, estamos navegando em algum site do seu domínio, e estamos praticando o Googlenismo.
Não posso me excluir dessa grande massa de seguidores, afinal tenho orkut, faço pesquisas no próprio Google, vejo vídeos no youtube e frequento mais milhões de sites que eu nem sei que fazem parte dele. A provável nova conquista do Deus-Google é comprar o Twitter, aí sim, seremos oficiais seguidores da religião. Aí outra coisa que eu não entendo bem: o Twitter! Qual a finalidade de você seguir pessoas? Saber o que elas estão fazendo naquele exato momento? Tenho certeza de que posso continuar vivendo bem sem utilizá-lo. É muito estranho nós, meros mortais termos essa pretensão messiânica, e querermos tanto seguir e sermos seguidos. Acho que já basta a moda, que faz isso discretamente. Ou não. Não consigo compreender, mas, enfim, prefiro ainda seguir apenas o Googlenismo, ainda consigo resistir, e não entro para o Twitter.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Cérebro

- "O fim depende do início", vi num filme hoje. Nada. Só isso basta. "Até esgotar". Esgotou. Na verdade, transbordou. Encheu demais. O leite condensado perdeu a graça. Nada. É tudo. Tudo diferente. Tudo desigual. Até as temperaturas. Tá muito quente. Acho que meu cérebro cansou. Deu mil cambalhotas em minha cabeça. Suposições, conquistas, frustrações, decepções, surpresas, alegrias, dúvidas, medos, razões, motivos, irritações. Ao mesmo tempo. Agir por impulso, sem pensar, resolve? Não! Eu nasci assim, eu cresci assim e vou ser sempre assim: preocupada, responsável, romântica, pessimista/otimista, egoísta, bondosa, utópica. Irreal com os pés fincados na realidade. Oscilando entre os ápices de alegria e tristeza. TPM.


quarta-feira, 10 de março de 2010

O dia em que as vacas tossiram

- Eu peguei um ônibus. Pode parecer idiota falar isso, sem sentido e não ter nada de gracioso no fato, pelo menos a princípio. A grande relevância da frase está exatamente em quem está afirmando isso: Eu. Não sou rica, não sou o supra sumo de pessoa, nem rainha, nem princesa, sou normal, só não ando de ônibus.
Não tenho carro, não sei dirigir e não ando de táxi, mas não ando de ônibus.
Sou quase um ET, se comparada às pessoas da minha idade que tem a mesma condição que eu, mas é isso mesmo, minha vida é assim, e eu tenho alguns privilégios, as pessoas têm cuidado excessivo comigo, em prolongar a minha existência, eu não me envergonho por isso, me chateia por me sentir um incômodo para as pessoas, uma preocupação a mais. Claro que eu já andei de ônibus, com minha vó e minha tia, naqueles passeios durante as férias, que íamos na Lapa, olhar as coisas, adorava aqueles momentos, sinto falta disso. Não tenho mais tempo nem para espirrar.
O fato é considerado um milagre para aqueles que me conhecem, tenho certeza que muitos devem ter achado, que nesse dia, as vacas tossiram, porque eu andar de ônibus é um típico momento de "nem que a vaca tussa". Mas elas tossiram baby, paguei os meus R$2,30 na passagem, passei pela catraca, procurei um lugar vazio e sentei. Acompanhei de perto o engarramento na Rótula do Abacaxi por causa das obras, e fui, na expectativa de quando desceria dele.
Mas enfim, aconteceu, peguei um ônibus para voltar para casa, já era noite, estava escurecendo. Desci no ponto, atravessei as duas pistas, ali, em frente à concessionária e fui criando coragem para subir aquela enorme ladeira, cheia de curvas, com algumas poucas pessoas andando e mal iluminada, mas eu tinha que subir! Fazer o que né?
Então, subi toda a "ladeira do capoteiro", praticamente correndo. As minhas pernas começaram a doer (culpa do meu sedentarismo), meu coração acelerou e chegou perto de pular pela boca. E, nesses tempos de calor, suei muito, acho que perdi um quilo (exagero!).
Uma das melhores coisas que eu senti na vida, foi quando avistei a esquina final, a que dá no shopping daqui da Vila Laura. Quando cheguei lá em cima, me senti vitoriosa! Sei lá, uma coisa boa me invadiu, um momento de "nossa, eu cresci", foi lindo! Só faltava eu andar mais um pouco, e descer aquela outra ladeira enorme, que me levaria ao prédio de minha vó.
Lá fui eu, mais tranquila e graciosa (nem sou pretensiosa), andando pela rua, e depois descendo a ladeira, fazendo rastro de suor pelo chão (brincadeira!), mas tudo bem, foi o meu momento. A minha pseudo-liberdade. Um acontecimento único para mim. Fiquei feliz, me transformei. Pode ser que eu não pegue mais ônibus, pode ser que eu ganhe na mega-sena, fique rica e compre um carro, mas esse dia do ônibus, eu não esqueço mais.


terça-feira, 9 de março de 2010

Música

"- Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir

Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir

Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar

Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar

Pra você guardei o amor
Que aprendi vendo meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
Céu cheiro e ar na cor que arco-íris
Risca ao levitar

Vou nascer de novo
Lápis, edifício, tevere, ponte
Desenhar no seu quadril
Meus lábios beijam signos feito sinos
Trilho a infância, terço o berço
Do seu lar"

Nando Reis.

quinta-feira, 4 de março de 2010

É o velho amor, ainda, e sempre.

- Ainda sinto saudades. E acho que nunca vai passar, nada vai preencher a falta que ela me faz. É simplesmente impossível passar um dia inteiro sem que a sua imagem percorra minha cabeça, mas eu procuro desviar os pensamentos, as lembranças para não fazer mal para nenhuma de nós.
Acredito que ninguém escolhe sentir saudades, até porque dói, dói muito! Incomoda, é uma angústia grande, dá vontade de trazer a pessoa para perto, encurtar todas as distâncias, esquecer o mundo real, e criar uma bolha, onde todos que nos fazem falta estejam reunidos, para que não soframos tanto. É egoísmo, eu sei, todos somos um pouco, acredito piamente nessa verdade.
Infeliz ou felizmente, a partir de hoje, uma nova saudade me invade. Não é mesma que tenho sentido nos últimos meses, que me entristece por não saber em quanto tempo ela poderá ser esgotada, mas aquela que surge quando sabemos exatamente a quilometragem que nos separa. Aquela que dá vontade de ir ao encontro sempre, porque sabemos que ainda está bem perto de alguma forma, e apenas a suposição que um dia essa saudade pode se tornar ainda maior, e ser igual ao sentimento que me invadiu há quase quatro meses, dói ainda mais, dá vontade de chorar.
Eu discordo do ditado "a gente só dá valor quando perde". Não é bem assim, pelo menos comigo, não é assim. Existe sim, a valorização das pessoas que amo, que são importantes para mim, que me fazem bem e que completam minha vida. Quando existe a perda, ou ainda, a suposição dela, é que eu percebo o quão pior será, o quanto eu realmente vou sentir. Tive essa experiência nos últimos dias e foi horrível, só na suposição, na pseudo-ausência, parecia que faltava uma enorme parte de mim. Aqui em casa, ficou tudo estranho, como se um dos lados de um pentágono (afinal, Minni faz parte da família) tivesse sido arrancado bruscamente e, percebi que virar um quadrado, figura tão comum e mais agradável ao olhos, não é assim tão fácil.
Sentirei novas saudades. Saudades das visitas de domingo, das cantorias, do sorriso espontâneo, de sua alegria constante. Mas é por isso que existem os telefones, para encurtar um pouco isso tudo. Eu não vou deixar de vê-la, é óbvio que não. Irei viajar é claro, é tão pertinho! E não se preocupe, estaremos sempre bem, quando a senhora também estiver.
Te amo, já sinto saudades.