sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

XIX

- Meus olhos ainda estão inchados e eu estou ouvindo Bublé, o que não contribui muito e deixa que algumas lágrimas tímidas ainda caiam.
Todos que me conhecem há algum tempo, sabem que no período do meu aniversário, eu fico triste, sem vontade de fazer nada e esse ano, parece que Deus resolveu me presentear com alguns aprendizados que estão me deixando ainda pior (ô semana difícil!). Essa tristeza que me invade todos os anos, ao completar mais uma primavera, ou melhor dizendo, mais um verão (já que nasci nesse período de calor intenso), não tem a ver com o fato de estar ficando mais velha, não me incomodo com isso, até porque permaneço com cara de menina de 12, mas sim porque passo por um momento de reflexão e sempre sinto falta de alguma coisa que me preencha, me complete. Mais uma vez, tenho a sensação de vazio, e dessa vez, ainda pior.
Voltando ao aniversário em si, eu estava a refletir sobre essa história de comemorar mais um ano de vida, de dar presentes e etc. Maluquice que só! Você ser parabenizado por viver mais um ano? Quais os grandes méritos desse feito? Se bem que analisando o mundo que temos hoje para sobreviver, com tanta violência, precariedade na saúde, transformações climáticas (olha Copenhague gente!) e tudo mais, continuar vivo é realmente privilégio de "poucos", que somando ultrapassam os 6,8 bilhões de pessoas que habitam esse mundão de meu Deus!
Mas como esse hábito surgiu há muitos anos atrás, (muitos mesmo, antiguidade meu bem!) não consigo compreender onde foi que surgiu essa ideia, de louco, diga-se de passagem. Me ocorreu agora uma suposta motivação para o aniversário: alguém quando nasceu deve ter sido motivo de muita alegria aos seus familiares, e por ser muito bem quisto, a comemoração à sua existência estendeu-se no decorrer dos anos. A chegada de um bebê é sempre um motivo de alegria, uma esperança que surge daquele serzinho fofo, esse alguém, então deve ter sido super especial, e a partir daí, como já é costume:  nada se inventa, tudo se copia!
Aí uma coisa que eu queria fazer: me conhecer quando bebê, porque eu vivi esse momento, mas não lembro, é claro. E ver nas fotos não tem muita graça. Queria saber da minha personalidade, do que eu fui, porque o que eu sou, já estou cansada de saber... e lá vem os dezenove.



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