quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Meu mundinho eleitoral

- A cada quatro anos, nós cidadãos somos obrigados a suportar campanhas políticas e votar. Este ano, o "sacrifício" será para escolher senadores, deputados estaduais e federais e presidente. Resolvi nesta eleição assistir ao horário gratuito - e obrigatório, caso você não tenha Tv fechada, ou cd's - com um olhar mais crítico e apurado. Devo confessar, que em alguns casos é mais uma diversão do que um programa chato de políticos prometendo coisas impossíveis do tipo acabar com a violência e melhorar a educação.
Infelizmente, este ano nenhuma música eleitoral ganhou o público, como aconteceu em 2008 com Hilton 50, e em 2004 com o arrocha de César Borges. Apenas Eymael está impregnando aos poucos em minha cabeça, com os "ey, ey, ey" dele, mas nada tão forte assim. Novidade foi a volta de ACM. "Você se lembra de mim?" Não, ele não ressuscitou fisicamente, mas voltou a ser utilizado como um jeito de promover candidatos. Eu tenho lá minhas predileções, mas não acho que seja um bom jeito de ganhar votos, não mais.
Hoje, "a ideia" é ser do Time de Lula. Eu não sabia mesmo que o presidente praticava esportes. Eu acho incrível a adoração que o povo tem por esse homem. É Deus no céu, e Lula com suas "bolsas" na Terra.
Uma coisa que me irrita bastante no horário político são aquelas atrizes que fazem um drama terrível para atacar o partido oposto. Gente, é tanta encenação, tão mal feito, que mesmo que elas digam a verdade, para mim, soa como mentira. E elas falam como se nós, eleitores, fôssemos cegos, burros ou ainda, idiotas. Tudo bem que existe parte da população que não tem muita consciência política, e se importa apenas com os possíveis benefícios diretos que terá votando em tal candidato, mas não precisava ser um teatro tão falso.
"É impossível mudar tudo em quatro anos". Essa é a frase que mais se ouve dos candidatos no fim de seus mandatos, e eu concordo plenamente. O problema é que de quatro em quatro anos, a bola de neve cresce, e a situação se agrava. Não existe um pensamento de dar continuidade aos projetos que foram deixados por algum governo que faz parte da oposição. Existe um pensamento atrasado de fazer "uma limpa", e destruir tudo que foi implantado: de pessoal a projetos grandiosos.
Graças aos pensamentos utópicos juvenis, me irrito com essa falta de responsabilidade com o outro, e cada dia mais me convenço que os clichês são muito apropriados mesmo. "Jogo de interesses". Isso ainda reina, e tragicamente, os interesses em jogo nunca são os do povo. O que me espanta é que nos deixamos ser conquistados pelos políticos. Nos deixamos levar por suas músicas ou outras inovações e nunca por suas propostas, pela sua trajetória política.
É bem verdade que o brasileiro tem memória curta - senão Collor não estava por aí de novo -, mas acho que está na hora de assumirmos uma nova postura. De eleger que realmente merece, se é que isso existe, e de cobrar o que prometeram. Não adianta só se encantar pelo marketing, mas também cobrar o que deveria ser feito, após a eleição. Porque depois da época eleitoral ninguém lembra dos candidatos ou muito menos lembra em quem votou. Você lembra para quem você votou para vereador na última eleição? E para deputado estadual? Lembra-se de cobrar de algum que eles cumpram as suas propostas? Vamos deixar de apenas nos divertir com a propaganda eleitoral gratuita, e prestar atenção ao que existe nas entrelinhas, para que, no decorrer dos mandatos tenhamos argumentos e razões plausíveis para exigir melhoria.

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