segunda-feira, 12 de julho de 2010

The meaning of my life is she

- Ainda que eu pareça ser muito mais do que eu sou, contraditoriamente tenho sido muito menos do que um dia eu pude ser. Continuo a mesma, revestida com uma nova capa. Novas roupas, novos esmaltes, novas risadas, novos olhares. Às vezes grossa, impaciente, transformada, transtornada. Insuportável. Agradável, legal, interessante. Carinha de inteligente, cara de criança, jeito de criança, pensamentos à frente. Ainda insegura, pisando em ovos. Conhecendo seus próprios caminhos, tentando aprender a usar os pés. Seus pés. Ainda que feios, com jeito de "roceiro", largos, grandes, estranhos, entretanto são apenas seus. Os passos também. Tentando errar menos. Querendo desvendar o mundo em segundos, instantes, minutos.
Sagitariana, buscando insistentemente a liberdade que ainda não sei qual é. O que é, de onde vem, para onde vai? Porque ainda estou presa às minhas lembranças de infância. Ao gosto do biscoito folhado e do Lanchester. Do cheiro bom da casa de minha avó. E a verdade é uma só: é por isso que estou assim, porque me dói saber que o "daqui pra frente" é muito diferente do que eu já vivi. Confesso abertamente que não gosto de certas mudanças, de algumas partidas, perdas, separações. Principalmente as semi-eternas. Meus olhos ainda guardam lágrimas que não chorei por sua causa. Você me faz muita falta, e eu sei que vou ter esse vazio no meu coração. Mas o vazio é pela falta de sua presença carnal. O meu coração ainda está preenchido com todo o seu amor. Apesar de estar me mostrando tão diferente, ainda sou a sua Mandinha, e penso em você a cada atitude que tomo. Ainda a mesma que sorri feito besta quando vê um sorvete, e que ficaria muito feliz se tivesse que dividir a cama com você de novo para um cochilo vespertino. Amanhã são oito meses, eu não esqueci.

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