sábado, 30 de janeiro de 2010

Paixões, palavras e latidos

- Em mais um dos meus momentos de despejar tudo que está na minha cabeça, resolvi escrever depois que assisti ‘Marley e eu’.
É impossível não sentir vontade de chorar quando chega perto do final, principalmente quando se tem também um animal de estimação, e já se espera o que vai acontecer com aquele cachorro fofo e atrapalhado. O filme é todo lindo, emocionante, e agiu como estímulo para mim, sei lá, me animou um pouco, apesar do final.
Claro que todo mundo deve saber do que eu estou falando, porque eu, provavelmente, sou a única pessoa que não tinha assistido ao filme até hoje, sendo que foi lançado em 2008, ou seja, passei dois anos até me interessar realmente em ver. Mas, tratando-se de mim isso é normal, já que até hoje eu também não assisti Tropa de elite. Não que eu me ache superior a qualquer obra cinematográfica, ou que seja covarde o suficiente para não conseguir assistir, mas simplesmente por não ter despertado uma motivação maior...
Voltando ao filme, sei lá, o fato de ter dois jornalistas na história me lembrou que eu nunca mais tinha dedicado um pouco do meu tempo a fazer uma das coisas que eu mais gosto, que é escrever, a principal razão d’eu estar onde estou. Aí um dos motivos para que eu esteja em plena sexta-feira, quase meia-noite sentada na frente do notebook, ouvindo música, e colocando para fora os meus pensamentos: a paixão pelas letras.
É simplesmente incrível como as palavras maiúsculas ou minúsculas, frases, orações, períodos, vírgulas, exclamações, interrogações, acentos, e outros elementos que compõem o texto me deixem fascinada, é uma atração inexplicável. Um grande amor, eu diria. Daqueles que não se consegue ver o final, e que passamos a acreditar que não existe fim, apenas floreios eternos que trazem felicidade.
Não sei como isso tudo começou, prefiro não ficar procurando o início de tudo, vou apenas me deliciando com elas, as palavras. São tão lindas! E não digo isso por ter uma caligrafia legível, mas por ficar fascinada mesmo com as suas formações, colocações, que acontecem de maneira perfeita, pelo menos aos meus olhos. Para mim, (ainda aspirante a jornalista) escrever é uma arte sim, um bom texto pode ser comparado à Monalisa, por que não? Já viu quadro mais incrível e misterioso? Afinal, de qualquer ângulo, aquele olhar nos instiga... E isso também acontece na minha relação com os textos.
Quando leio, fico imaginando de onde vieram aquelas palavras que o autor usou, o porquê dele as ter escolhido, ter escrito daquela maneira, de onde veio a inspiração para escrever o texto, se foi de maneira espontânea ou natural, se foi fácil ou difícil, se foram necessárias muitas pesquisas para a sua construção, ou se é um doido feito eu, que sai despejando tudo que pensa no papel.
Uma coisa interessante que se passa comigo, quando eu escrevo, é que eu vou apenas escrevendo mesmo, sabe? As palavras só saem mais travadas quando tenho que digitar e não escrever. A minha arte tem que sair de minhas próprias mãos, parece que as palavras saem do meu cérebro e descem pelo braço até chegar às mãos e ganharem forma na caneta que as desenha no papel. Digitando não é assim! Os dedos vão martelando as teclas, como se estivessem obrigando-as a sair, de qualquer jeito, aí elas se revoltam e não saem, não saem mesmo! Ficam presas na minha cabeça, me irritando!
Mas sim, o filme não lembrou apenas de que eu deveria voltar para uma de minhas paixões não! Lembrou-me também, de não esquecer todas as pessoas que fazem parte de minha vida, e que às vezes eu simplesmente não recordo de agradecer a Deus por estarem comigo, e por dedicarem parte de seu tempo para a minha existência. Agradecer desde as pessoas que dedicam apenas alguns segundos a mim, como aquelas que passam por nós no shopping e nos olham, ou os que param o carro para que possamos atravessar; até aquelas que podem passar muito tempo ouvindo minhas besteiras e tristezas, ou lendo um pouco do que eu escrevo (a essas agradeço bastante mesmo!!).
Após todos esses momentos, de agradecimentos e outras reflexões, me veio a última, relacionada diretamente ao filme: por que ter um cachorro? Qual a função de arranjar um animalzinho lindo para cuidar? Vontade de ter mais trabalho? Acredito que não! Ainda não encontrei uma explicação racional para isso, mas sempre encontro um motivo quando vejo o sorriso dela quando chego em casa, ainda despertando do sono de uma tarde inteira no sofá, seguido de seus latidos de alegria quando nos vê.
Eu não podia terminar o texto, sem claro, explicar que “ela” é Minni, afinal, Marley é um cachorro, e seu comportamento, alegre e adoidado lembra muito a personalidade dela. Claro, ela tem personalidade sim, quem conhece, sabe. Quer prova melhor da sua personalidade do que sua paixão por bananas? Não, não tem. Não é preciso explicar sua importância em nossas vidas, é só tentar imaginar nossa família sem a sua presença e perceber a dor imensa que nos invade.
É só isso, as lágrimas nos olhos estão começando a ensaiar a cair, afinal essas foram apenas das muitas reflexões que eu fiz a partir do filme, são tantas coisas que passam, que acontecem, e se comparar com a ficção é inevitável. Bom, resumindo: te amo, minha linda!

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