sexta-feira, 6 de julho de 2012

Americano.. ser ou não ser?

Então, para quem não sabe, estou há cinco (?) dias em terras norte-americanas, vivendo um sonho de grande parte da população brasileira: fazer uma viagem aos "States". Vim para fazer um curso intensivo de inglês e também para curtir um pouco as férias né?
Logo no primeiro dia de aula um dos professores (temos três) nos perguntou se nos sentíamos americanos. Depois de pensar muito e tentar articular as palavras em inglês na minha cabeça, resolvi ser sincera e dizer que não, que me sentia apenas brasileira. A opinião foi praticamente a mesma entre todas nós e isso me fez refletir sobre essa questão: por que não me sinto americana? Parte de um todo, de algo maior que o meu país? Por que não sinto (psicologicamente falando) nem que faço parte do Mercosul? Isso tudo é muito estranho e então, depois de pensar sobre, percebi que não fomos educados para pensar dessa forma, assim como não somos mais tão patriotas (época da Copa do Mundo não conta!) e então almejamos ir para fora do Brasil e sempre com aquele pensamento de que será sempre melhor. É aí que muita gente quebra a cara e vê que em alguns casos é melhor viver na pobreza de um mundo em desenvolvimento (desde que me entendo por gente estamos nessa fase de transição).
Foi o que aconteceu com nossa colega de classe, uma coreana que há três anos mora em Nova York. Ela veio viver o sonho da América, onde todos os sonhos são possíveis. Em aula, Son (eu não sei escrever o nome dela ainda) nos contou que desde que chegou à "Big Apple" vê o seu sonho declinar, pela dificuldade em se adaptar a uma cultura completamente diferente da sua. Ela diz que não se identifica. O depoimento de Son nos emocionou muito, por vermos alguém ter uma desilusão enorme, por vermos um plano de vida ter se esvaído assim, principalmente porque ela nos contou que se voltar para o país dela do jeito que ela vive agora, é como declarar que ela não foi capaz, que é um fracasso.
O depoimento de Son me deu força porque apesar de tudo isso, ela ainda não desistiu e está tentando melhorar seu inglês e realizar o sonho de dar um bom futuro aos seus filhos, assim como meus pais se esforçaram imensamente para eu estar aqui. Então, é isso que eu vou levar de lembrança, a força de Son e não a sua frustração por ainda não ter conseguido.



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